Ciência

Dependência química nos EUA é crise de saúde pública

Em 2015, mais de 27 milhões de pessoas nos Estados Unidos consumiram drogas ilícitas, dos quais 21 milhões sofriam de alguma dependência

Dependência: mais de 40% dos que têm problemas de dependência sofrem também de doenças mentais, e menos da metade deles é tratado (diamant24/Thinkstock)

Dependência: mais de 40% dos que têm problemas de dependência sofrem também de doenças mentais, e menos da metade deles é tratado (diamant24/Thinkstock)

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AFP

Publicado em 18 de novembro de 2016 às 14h34.

O abuso de álcool e drogas afeta milhões de americanos e representa uma grave crise de saúde pública, concluiu na quinta-feira um relatório das autoridades sanitárias, que criticou o pequeno número de pessoas que recebem tratamento para este transtorno crônico e devastador.

"Os abusos de álcool e de drogas constituem uma das crises de saúde pública mais urgentes do nosso tempo", afirmou Vivek Murthy, cirurgião-geral (chefe operacional do serviço de saúde pública) dos Estados Unidos, insistindo no fato de que a dependência é uma doença crônica.

Este relatório, intitulado "Enfrentando a dependência nos Estados Unidos: Relatório do cirurgião geral sobre álcool, drogas e saúde", procura "mudar a maneira como a sociedade percebe a utilização excessiva do álcool e o consumo de drogas", explica.

"O vício não é uma fraqueza de caráter, é uma patologia crônica que deveria ser tratada com as mesmas competências médicas e a mesma compaixão que as doenças cardíacas, o câncer e a diabetes", disse Murthy.

Em 2015, mais de 27 milhões de pessoas nos Estados Unidos consumiram drogas ilícitas, dos quais 21 milhões sofriam de alguma dependência, um número maior que o de pessoas que tinham câncer, disse o relatório.

Mas apenas uma entre cada dez pessoas recebeu tratamento para esse problema.

Mais de 40% dos que têm problemas de dependência sofrem também de doenças mentais, e menos da metade deles é tratado.

O documento indica também que mais de 66 milhões de adultos e adolescentes, ou seja, cerca de 25% da população americana, reconheceu ter ingerido álcool de forma excessiva nos últimos 30 anos.

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