Ciência

Covid: Variante Ômicron é 4 vezes mais transmissível que Delta, diz estudo

Centenas de pesquisadores em todo o mundo tentam acelerar os estudos sobre a variante Ômicron, que está entre as cinco mais preocupantes

 (Erlon Silva - TRI Digital/Getty Images)

(Erlon Silva - TRI Digital/Getty Images)

B

Bloomberg

Publicado em 9 de dezembro de 2021 às 12h36.

A variante ômicron da covid-19 é 4,2 vezes mais transmissível no estágio inicial da doença do que a delta, de acordo com um estudo realizado por um cientista que assessora o Ministério da Saúde do Japão. A descoberta tende a confirmar os temores sobre o grau de contágio da nova cepa.

Hiroshi Nishiura, professor de saúde e ciências ambientais da Universidade de Kyoto e especialista em modelagem matemática de doenças infecciosas, analisou dados de genoma disponíveis até 26 de novembro na província de Gauteng, na África do Sul.

“A variante ômicron transmite mais e escapa mais da imunidade construída naturalmente e por meio de vacinas”, afirmou Nishiura na conclusão do estudo, apresentado durante uma reunião do painel consultivo do ministério na quarta-feira.

Há temores de que a ômicron cause um estrago ainda maior do que a delta ao redor do mundo. A Organização Mundial de Saúde Mundial alertou que a nova variante pode alimentar surtos com “consequências severas”. No entanto, o salto no número de infecções na África do Sul após o surgimento da variante ainda não lotou os hospitais, motivando algum otimismo de que a ômicron cause principalmente casos leves. Pfizer e BioNTec afirmaram esta semana que uma dose de reforço do imunizante fabricado pela dupla pode aumentar a proteção contra a variante.

O estudo de Nishiura não foi revisado por pares nem publicado em uma revista científica. A análise usou o mesmo método que o cientista aplicou em um estudo de julho publicado pela Eurosurveillance sobre a previsão de dominância da delta antes das Olimpíadas de Tóquio.

Centenas de pesquisadores em todo o mundo tentam acelerar o entendimento da ômicron, que é a mais diferenciada até agora entre as cinco variantes mais preocupantes identificadas pela OMS desde o início da pandemia.

O número de casos na África do Sul subiu rapidamente para perto de 20.000 por dia desde que o país relatou a descoberta há duas semanas. O total de infecções pela Covid no país permanecia baixo nas semanas anteriores, apesar de apenas 26% da população ter sido totalmente vacinada, de acordo com o Vaccine Tracker da Bloomberg.

“A taxa de vacinação era inferior a 30% e muitas pessoas provavelmente foram infectadas naturalmente”, disse Nishiura. “Nós precisamos prestar muita atenção às tendências futuras para ver se o mesmo acontecerá em países com elevada taxa de uso de vacinas mRNA.”

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusPesquisas científicas

Mais de Ciência

Cientistas encontram cristais de água que indicam possibilidade de vida em Marte

Cientistas criam "espaguete" 200 vezes mais fino que um fio de cabelo humano

Cientistas conseguem reverter problemas de visão usando células-tronco pela primeira vez

Meteorito sugere que existia água em Marte há 742 milhões de anos