Ciência

Cientistas desenvolvem exame de sangue para diagnosticar Alzheimer

Pesquisadores americanos detectaram fragmentos da proteína tau no sangue para diagnosticar a doença

Cientistas pesquisam exame de sangue para diagnosticar Alzheimer (Gab13/Thinkstock)

Cientistas pesquisam exame de sangue para diagnosticar Alzheimer (Gab13/Thinkstock)

LN

Letícia Naísa

Publicado em 10 de dezembro de 2018 às 18h42.

São Paulo — O diagnóstico de Alzheimer atualmente é feito por meio de exames de imagem cerebral e testes do líquido cefalorraquidiano (do cérebro), que detectam a presença elevada da proteína tau, relacionada ao surgimento da doença.

Pesquisadores do Brigham and Women's Hospital, afiliado à Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, estão estudando a possibilidade de criação de um exame de sangue que possa detectar o Alzheimer.

“Um exame de sangue poderia ser feito de forma rápida e sem precisar internar o paciente no hospital”, afirmou Dominic Walsh, um dos autores da pesquisa e médico do Brigham and Women’s Hospital. “O exame poderia substituir os testes de fluido cerebral e/ou o exame de imagem. Nosso novo teste tem o potencial para isso, mas precisa de validação em mais pessoas. Pode ser um marco transformador”, completa.

A equipe desenvolveu testes sanguíneos capazes de detectar fragmentos da proteína tau no sangue. Pacientes doaram plasma sanguíneo e fluído cerebral para a pesquisa. Foram feitos cinco testes com o material.

Um dos testes, chamado de NT1, obteve sensibilidade diagnóstica para o mal de Alzheimer em dois grupos de pacientes, um da Universidade de Harvard e outro da Universidade da Califórnia. No total, o exame foi feito em 151 pacientes.

Os cientistas pretendem acompanhar os pacientes para estudar o progresso dos níveis da proteína tau no sangue.

Os resultados da pesquisa foram publicados na edição de dezembro da revista científica “Alzheimer’s & Dementia”.

“Publicamos os dados e as ferramentas necessárias para realizar o nosso teste porque queremos que outros grupos de pesquisa o façam”, disse Walsh. "É importante que os outros validem nossas descobertas para que possamos ter certeza de que esse teste funcionará em diferentes populações".

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