Impressão artística da sonda lunar chinesa Chang'e4, lançada em dezembro de 2018 (EPA/Reprodução)
Laura Pancini
Publicado em 17 de junho de 2021 às 09h55.
A China e a Rússia querem construir uma estação de pesquisa conjunta na Lua, com ao menos cinco estruturas na superfície e com conclusão prevista para 2035.
Com os Estados Unidos e outros 12 países, incluindo o Brasil, unindo suas forças no programa Artemis da Nasa, parece que a corrida espacial foi reacendida após décadas.
A Agência Espacial Nacional da China (CNSA) e a agência russa Roscosmos decidiram em março que iriam desenvolver a Estação de Pesquisa Lunar Internacional (ILRS) e convidar outros países para aderir ao programa.
O plano é desenvolver estações na superfície e na órbita da Lua que podem servir como base para futuras missões tripuladas e atividades de pesquisa científica multidisciplinar, como exploração de recursos lunares e observação do espaço profundo.
A CNSA e a Roscosmos disseram que outros países, organizações internacionais e parceiros são necessários para pesquisas "eficientes e frutíferas" na Lua.
Os parceiros interessados podem cooperar em até cinco níveis, desde ajudar no estabelecimento de programas até coordenar missões espaciais inteiras.
“A China e a Rússia dão boas-vindas aos parceiros internacionais para participarem do programa ILRS em todos os estágios e todos os níveis de cada estágio”, disse Wu Yanhua, vice-diretor do CNSA, em uma entrevista coletiva online.
Três sondas Chang'e da China e quatro missões Luna da Rússia serão lançadas nos próximos anos para exploração e construção da estação de pesquisa lunar. Outras cinco missões da ILRS estão planejadas entre 2031 e 2035 para construir uma sede com laboratórios e observatórios.
A agência espacial dos Estados Unidos, Nasa, quer enviar a primeira mulher e a primeira pessoa negra à Lua em 2024 e estabelecer uma presença norte-americana permanente no satélite até o final desta década.
O plano da agência espacial é "colonizar" a Lua para ter um lugar para astronautas (e, eventualmente, qualquer pessoa) ficarem antes de viajar até o planeta final: Marte.
A China e a Rússia não assinaram o Acordo Artemis, diferente do programa espacial, estabelecido em outubro do ano passado para definir regras de comportamento na Lua.
Nele, há regras como "zonas de segurança" para cada país ou empresa ter enquanto extrai recursos do solo, já que todos os países estão empenhados em ir para o polo sul lunar, onde já se sabe da existência de água na forma de gelo.