Ciência

O que é o programa Artemis, missão da Nasa da qual o Brasil faz parte

Programa espacial ambicioso quer enviar primeira mulher e primeira pessoa negra à Lua em 2024; objetivo é estabelecer presença permanente no satélite e, eventualmente, chegar até Marte

Senadores norte-americanos posam com astronautas graduandos da Nasa e da Agência Espacial Canadense durante cerimônia no Centro Espacial Johnson, em janeiro de 2020. Os 13 astronautas se tornarão elegíveis para voos espaciais, incluindo os do programa Artemis (MARK FELIX/AFP/Getty Images)

Senadores norte-americanos posam com astronautas graduandos da Nasa e da Agência Espacial Canadense durante cerimônia no Centro Espacial Johnson, em janeiro de 2020. Os 13 astronautas se tornarão elegíveis para voos espaciais, incluindo os do programa Artemis (MARK FELIX/AFP/Getty Images)

LP

Laura Pancini

Publicado em 16 de junho de 2021 às 10h54.

Nesta terça-feira, 15, o Brasil assinou o acordo de adesão ao programa Artemis, missão espacial liderada pela Nasa e os Estados Unidos, que quer enviar a primeira mulher e a primeira pessoa negra à Lua em 2024.

Outro objetivo do programa Artemis é estabelecer uma presença norte-americana permanente na Lua até o final desta década. A agência espacial quer "colonizar" o satélite natural para ter um lugar para astronautas (e, eventualmente, qualquer pessoa) ficarem antes de viajar até o planeta final: Marte.

A missão ambiciosa tem apoio do governo norte-americano. Só em 2009, o ex-presidente Barack Obama cancelou o projeto (que, na época, era uma versão diferente do projeto que conhecemos hoje), porque o plano "havia se tornado inviável".

Uma versão do programa só foi reestabelecida em 2017 com o ex-presidente Donald Trump. Dois anos depois, o ex-vice Mike Pence anunciou que a missão seria acelerada em 4 anos, com pouso planejado para 2024. 

Agora, na presidência de Joe Biden, a Nasa recebeu o maior "orçamento para a ciência de todos os tempos", de acordo com administrador da agência espacial, Bill Nelson. São 24,8 bilhões de dólares para 2022, destinados para pavimentar o caminho para o próximo pouso humano na Lua.

Artemis I

O Artemis I será o primeiro teste integrado de todas as tecnologias desenvolvidas pela Nasa e outras empresas espaciais: a espaçonave Orion, o foguete Space Launch System (SLS) e os sistemas terrestres do Kennedy Space Center na Flórida. O voo não será tripulado e estava previsto para acontecer em junho de 2020, mas ainda não aconteceu.

"A espaçonave lançará o foguete mais poderoso do mundo e voará mais longe do que qualquer espaçonave construída para humanos já voou", disse a Nasa em comunicado. A nave Orion viajará 450.000 quilômetros por cerca de três semanas e ficará no espaço sem se fixar a uma estação espacial.

“Esta é uma missão que realmente fará o que não foi feito e aprenderá o que não se sabe”, disse Mike Sarafin, gerente da missão Artemis I na sede da Nasa em Washington. “Isso abrirá um caminho para as pessoas que seguirão no próximo voo do Orion.” 

Participação do Brasil no programa Artemis

Até o momento, o Brasil é o único país da América Latina a assinar o documento. Ele se junta a outros 11 países: Austrália, Canadá, Coreia do Sul, EUA, Itália, Japão, Luxemburgo, Emirados Árabes Unidos, Nova Zelândia, Reino Unido e Ucrânia.

Durante a cerimônia no Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro disse que, além do objetivo de levar a primeira mulher à Lua, o acordo servirá para impulsionar o desenvolvimento tecnológico do país.

O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marcos Pontes, disse que o programa espacial brasileiro deve se fortalecer e formar uma nova geração de especialistas. “Temos caminhos abertos para futuros cientistas, futuros engenheiros, futuros técnicos e futuros astronautas, por que não?”, disse o ministro.

SpaceX do Elon Musk no programa Artemis

Em abril, a SpaceX, empresa espacial do bilionário Elon Musk, ganhou contrato avaliado em 2,9 bilhões de dólares para construir uma das espaçonaves Starship para o programa Artemis.

Musk acabou vencendo de Jeff Bezos, que também era um dos considerados pela Nasa com sua empresa espacial Blue Origin. A terceira competidora era a Dynetics, empreiteira norte-americana.

Antes de tomar a decisão, a Nasa concedeu três contratos originais para as empresas: a Blue Origin recebeu o maior (US $ 579 milhões), seguido da Dynetics (US $ 253 milhões) e, por último, a SpaceX (US $ 135 milhões).

O contrato, portanto, é uma grande vitória para a SpaceX, que hoje se solidifica como um parceiro de confiança da agência norte-americana.

De acordo com documento visto pelo Washington Post, a oferta da empresa de Musk "foi a mais baixa entre os ofertantes por uma ampla margem". Outro fator importante foi a grande quantidade de carga que a Starship é capaz de transportar "de e para a superfície da Lua".

Vários protótipos já estão sendo lançados nas instalações da SpaceX em Boca Chica, no Texas. 

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