Ciência

China considera misturar vacinas contra covid para aumentar eficácia

Dados disponíveis mostram que as vacinas chinesas estão atrás de outras, como da Pfizer e Moderna em termos de eficácia

Vacina: a China desenvolveu quatro vacinas domésticas aprovadas para uso no público (Longhua Liao/Getty Images)

Vacina: a China desenvolveu quatro vacinas domésticas aprovadas para uso no público (Longhua Liao/Getty Images)

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André Martins

Publicado em 11 de abril de 2021 às 15h49.

A principal autoridade de controle de doenças da China afirmou que o país está considerando misturar vacinas contra covid-19, uma maneira de reforçar ainda mais a eficácia dos imunizantes.

Dados disponíveis mostram que as vacinas chinesas estão atrás de outras, como da Pfizer e Moderna em termos de eficácia, mas exige controles de temperaturas menos rigorosos durante o armazenamento.

As vacinas disponíveis no momento “não têm uma taxa alta de proteção”, disse Gao Fu, diretor dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças da China, em uma entrevista coletiva em Chengdu neste sábado.

Gao afirmou que “otimizar” o processo da vacina - incluindo ajustar a dosagem, o intervalo entre as doses, aumentar o número de doses ou misturar vacinas que usam tecnologias diferentes - era “definitivamente” uma solução para os problemas de eficácia.

“A inoculação com vacinas de diferentes linhas técnicas está sendo considerada” disse Gao.

Especialistas dizem que combinar diferentes vacinas para o covid-19 pode aumentar a eficácia. Testes clínicos com uma possível combinação da Pfizer-BioNTech , que usa mRNA (ou RNA mensageiro), com a vacina Oxford/AstraZeneca, de tecnologia mais tradicional, estão sendo realizados no Reino Unido.

A China desenvolveu quatro vacinas domésticas aprovadas para uso no público e uma autoridade disse no sábado que o país deve produzir três bilhões de doses até o fim do ano.

A vacina Coronavac, desenvolvida pela Sinovac, chegou a uma taxa de eficácia ligeiramente acima de 50% em ensaios clínicos brasileiros e se mostrou eficaz contra a variante P1, encontrada inicialmente em Manaus. Um estudo separado na Turquia mostrou essa taxa em 83,5%. Outro estudo, desta vez no Chile. mostrou que a Coronavac apresenta uma defesa mais completa contra o coronavírus.

Nenhum dado detalhado de eficácia foi divulgado sobre as vacinas feitas pelo Sinopharm da China. Ela disse que duas vacinas desenvolvidas por suas unidades são 79,4% e 72,5% eficazes, respectivamente, com base em resultados provisórios.

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