Ciência

Café pode estar associado a envelhecimento mais lento, diz estudo

Efeito foi observado em pessoas com transtornos mentais graves, com redução estimada de cinco anos na idade biológica

Café: sabor de novidades (Imagem gerada por inteligência artificial/Recraft/Arte/Exame)

Café: sabor de novidades (Imagem gerada por inteligência artificial/Recraft/Arte/Exame)

Publicado em 12 de dezembro de 2025 às 05h01.

O consumo diário de café pode estar associado a um envelhecimento biológico mais lento em pessoas com transtornos mentais graves.

A relação foi identificada em uma análise publicada na revista BMJ Mental Health, que examinou como a ingestão de cafeína influencia a saúde celular. Segundo o estudo, o benefício apareceu apenas entre participantes que ingeriam até quatro xícaras por dia.

A pesquisa indica que o consumo moderado pode representar até cinco anos biológicos a menos quando comparado ao de não consumidores. Entretanto, o efeito não se manteve em indivíduos que ultrapassavam a quantidade indicada.

Como o estudo foi feito

O estudo avaliou o comprimento dos telômeros — estruturas localizadas nas extremidades dos cromossomos e usadas para medir o ritmo do envelhecimento celular. A investigação envolveu 436 adultos com diagnósticos como esquizofrenia, transtorno bipolar e psicose.

Os participantes foram divididos em quatro grupos: nenhum consumo, 1 a 2 xícaras, 3 a 4 xícaras e cinco ou mais xícaras diárias. Dados clínicos e histórico de tabagismo também foram incluídos na análise.

As medições, feitas a partir de glóbulos brancos, mostraram que apenas o grupo que consumia três a quatro xícaras apresentou telômeros mais longos. O padrão resultante formou uma curva em “J”, indicando que o possível benefício está restrito ao consumo moderado.

Resultados

Por ser um estudo observacional, os autores afirmam que não é possível estabelecer causalidade. A investigação também não detalhou variáveis como tipo de café, concentração de cafeína ou horário de ingestão.

Ainda assim, compostos antioxidantes e anti-inflamatórios presentes no café podem ajudar a explicar a preservação celular identificada. O encurtamento natural dos telômeros ocorre com o avanço da idade e tende a ser mais rápido em pessoas com transtornos mentais graves.

O resultado sugere, portanto, uma possível influência do consumo moderado na velocidade desse processo.

Agências internacionais de saúde recomendam limitar a ingestão diária de cafeína a cerca de 400 mg, equivalente a quatro xícaras de café. Segundo o estudo, volumes acima desse limite podem elevar o estresse oxidativo e favorecer o encurtamento dos telômeros.

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