Blue Origin: empresa de Jeff Bezos disputava contrato para construção de espaço-nave que levaria tripulação à lua (Matthew Staver/Bloomberg/Getty Images)
Thiago Lavado
Publicado em 27 de abril de 2021 às 09h18.
Última atualização em 27 de abril de 2021 às 15h10.
A empresa de exploração espacial Blue Origin, de Jeff Bezos, está em uma campanha bastante mundana. A companhia protocolou um protesto junto ao governo americano contra a decisão da Nasa, a agência especial dos EUA, de ter escolhido a SpaceX, de Elon Musk, para um contrato de 2,9 bilhões de dólares que prevê levar astronautas à Lua até 2024.
O programa chamado de Sistema de Aterrissagem Humana da Nasa financiou o desenvolvimento de três protótipos que pousariam na Lua e era esperado escolher dois desses para serem usados. Mas a Nasa enfrentou cortes de recursos no Congresso dos EUA e precisou optar por apenas um, ficando com o modelo da SpaceX.
No documento, a Blue Origin acusa a Nasa de julgar erroneamente diversas afirmações que teria ao projeto da empresa, chamado de Blue Moon. "A Nasa executou uma aquisição falha para o Sistema de Aterrissagem Humana e mudou os objetivos no último minuto, disse a empresa no protesto.
"A Agência de maneira pouco razoável favoreceu a avaliação da SpaceX ao minimizar riscos significativos no desenho e calendário, enquanto maximizou riscos semelhantes na proposta da Blue Origin", acrescentou a empresa.
Elon Musk respondeu a uma reportagem sobre o caso afirmando apenas "não consegue levantar (à orbita)", dando a entender que a Blue Origin nunca realizou nenhum lançamento. Na sequência, ele publicou uma imagem de uma outra reportagem que mostrava Jeff Bezos apresentando a Blue Origin em apresentações coreografadas.
Can’t get it up (to orbit) lol
— Elon Musk (@elonmusk) April 26, 2021
O contrato para uma cápsula capaz de pousar na Lua é a peça central do programa Artemis, que prevê colocar humanos no satélite e usá-lo como etapa para ir até marte.
Não é a primeira que uma empresa de Jeff Bezos questiona contratos do governo com suas companhias. Em 2019, a Blue Origin brigou com a Força Aérea por contratos de lançamento de satélites. Também em 2019, a Microsoft venceu a Amazon em uma disputa por contratos de fornecimento de computação em nuvem ao Pentágono, que acabou na Justiça com protestos da Amazon.