Ciência

Brasil retoma testes com vacina AstraZeneca/Oxford na segunda

Anvisa baseia liberação de testes em avaliação de agência reguladora britânica, que concluiu que a relação benefício/risco se mantém favorável

Vacina: testes haviam sido suspensos por receio com segurança (Images By Tang Ming Tung/Getty Images)

Vacina: testes haviam sido suspensos por receio com segurança (Images By Tang Ming Tung/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 13 de setembro de 2020 às 14h38.

Os ensaios clínicos da candidata a vacina contra o coronavírus que está sendo desenvolvida pela farmacêutica AstraZeneca e a Universidade de Oxford serão reiniciados no Brasil segunda-feira, afirmou a empresa, após autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no sábado.

Os testes em estágio final do experimento foram suspensos em todo o mundo, após de surgir uma doença em um participantes do estudo no Reino Unido.

"No dia 6 de setembro, o processo de revisão padrão desencadeou uma pausa voluntária na vacinação em todos os testes globais para permitir a revisão dos dados de segurança por comitês independentes e reguladores internacionais", disse a AstraZeneca.

Na véspera, a companhia disse que retomou os testes clínicos no Reino Unido, após receber autorização da autoridade sanitária britânica.

A Anvisa afirmou que especialistas da agência se reuniram na tarde de sábado para avaliar a retomada do estudo após informações recebidas da agência reguladora britânica (Medicines and Healthcare Products Regulatory Agency - MHRA), do Comitê Independente de Segurança do estudo clínico e da AstraZeneca.

"Após avaliar os dados do evento adverso, sua causalidade e o conjunto de dados de segurança gerados no estudo, a Agência concluiu que a relação benefício/risco se mantém favorável e, por isso, o estudo poderá ser retomado", afirmou a Anvisa.

A agência ressaltou que continuará acompanhando todos os eventos adversos observados durante o estudo e, caso seja identificada qualquer situação grave com voluntários brasileiros, irá tomar as medidas cabíveis para garantir a segurança dos participantes.

A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que está coordenado a pesquisa no Brasil, disse que o estudo no país, que envolve 5 mil participantes, também deve ser retomado, logo após liberação da Anvisa e do Comitê Nacional de Ética e Pesquisa (Conep). Até o momento, 4.600 voluntários já foram recrutados e vacinados, sem registro de intercorrências graves de saúde.

A vacina desenvolvida pela AstraZeneca e a Universidade de Oxford é tida pelo governo brasileiro como uma das principais apostas para a imunização contra o Covid-19 no país.

No sábado, dados do Ministério da Saúde mostraram que o total de casos de Covid-19 país alcançam 4.315.687, com 131.210 mortes pela doença.

Por meio do Ministério da Saúde e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o governo assinou um memorando de entendimento com a AstraZeneca que prevê a compra de 30 milhões de doses da vacina, com entrega em dezembro deste ano e janeiro do ano que vem, e a possibilidade de aquisição de mais 70 milhões se a vacina tiver eficácia e segurança comprovadas.

Além disso, o acordo inicial prevê a transferência da tecnologia desenvolvida pela Universidade de Oxford e pela AstraZeneca para produção na Fiocruz, com previsão do ministério de início ainda no primeiro semestre de 2021 --que foi colocada em dúvida por especialistas ouvidos pelas Reuters em razão da complexidade do processo de transferência de tecnologia.

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