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Anvisa aprova spray nasal para tratamento de depressão

Segundo comunicado enviado à EXAME, o medicamento é voltado para sintomas depressivos em pacientes adultos

Spray nasal: nova medicação contra depressão tem um diferencial (Evgenyi_Eg/Getty Images)

Tamires Vitorio

Publicado em 4 de novembro de 2020 às 11h45.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso de um spray nasal para o tratamento de casos de depressão . O spray, desenvolvido pela farmacêutica americana Janssen, da Johnson & Johnson, é o primeiro do tipo a ser aprovado para a doença.

Segundo comunicado enviado à EXAME , o medicamento é voltado para sintomas depressivos em pacientes adultos com depressão resistente ao tratamento e rápida redução dos sintomas depressivos em pacientes adultos com TDM com comportamento ou ideação suicida aguda. Apesar de ser uma forma inovadora, o tratamento deve ser administrado também com um antidepressivo oral.

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A Anvisa afirma em nota que "o medicamento tem demonstrado rápido início de ação com perfil risco-benefício-favorável e tolerabilidade do paciente ao tratamento".

Os testes de fase três para a aprovação da medicação demonstraram que a escetamina (medicamento usado como anestésico geral e no tratamento de depressão resistente) em conjunto com os medicamentos orais foi responsável por uma redução nos sintomas depressivos em até 24 horas após a administração da primeira dose. O uso da medicação será feito em hospitais e clínicas autorizadas por enquanto e um profissional da saúde precisará supervisionar o uso.

Os principais efeitos colaterais observados durante a administração do remédio foram dissociação, tontura, náusea, sedação, sensação de girar, visão embaçada, sentido reduzido de toque e sensação, ansiedade, falta de energia, pressão arterial elevada, vômito, parestesia e sensação de embriaguez. O resultado a longo prazo indica que, apesar disso, 51% dos pacientes tiveram queda nos riscos de recaída usando o tratamento intranasal, uma vez a cada duas semanas, se comparados com aqueles que deixaram de fazer o tratamento continuado.

A Anvisa ressalta que o "produto não demonstrou efetividade na prevenção do suicídio ou na redução da ideação ou comportamento suicida. Mesmo que o paciente melhore com as doses iniciais de escetamina, o uso do medicamento não dispensa a necessidade de hospitalização, caso clinicamente justificada."

A depressão é uma doença que afeta cerca de 300 milhões de pessoas no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, mais de 10 milhões de pessoas apresentam sinais de depressão, o que faz com que o país tenha a maior incidência da doença na América Latina.

 

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