The Metro Forest é uma minifloresta criada em Bangkok, na Tailândia, seguindo o método Miyawaki
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Publicado em 26 de setembro de 2023 às 08h00.
Quem mora nas grandes cidades já percebeu, há algum tempo, que não respiramos mais um ar saudável. E isso é prejudicial em diferentes aspectos.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o ar poluído está diretamente ligado a algumas condições, como derrame agudo e crônico, doenças cardíacas, câncer de pulmão e doenças pulmonares no geral.
Os poluentes do ar, diz a ONU, são responsáveis por cerca de um terço das mortes por acidente vascular cerebral, doenças respiratórias crônicas e câncer de pulmão, e por um quarto das mortes por ataques cardíacos.
Você consegue arriscar quais são as cidades com ar mais poluído no Brasil? Um ranking, chamado Relatório Mundial de Qualidade do Ar, feito pela IQ AirVisual em 2022, traz essa lista. Foram avaliadas 7.323 cidades em 131 países. Veja só:
Cidades com ar mais poluído no Brasil
A capital paulista, comumente citada como a mais poluída do país nas rodas de conversa, nesse ranking aparece na vigésima posição. E se você ficou curioso de por que o Acre tem algumas das cidades mais poluídas do país, elas são as que têm a maior média anual de PM2.5 no ar, que é o critério adotado pela IQ AirVisual.
O termo PM2.5 se refere às partículas mais finas presentes no ar, que são as mais perigosas, porque podem entrar na parte profunda dos pulmões – e até mesmo no sangue. Contêm esse tipo de partícula a fumaça dos incêndios e algumas instalações industriais, por exemplo. As queimadas na floresta Amazônica, portanto, para abrir espaço para o pasto, estariam entre as principais causas para essa poluição do ar na região.
Vale dizer que a OMS alertou que 99% da população global respira ar poluído. No mundo, segundo a IQ AirVisual, as 10 cidades mais poluídas são:
Diante desse cenário, o Fórum Econômico Mundial listou quatro iniciativas que estão tentando ajudar o mundo a respirar melhor. Conheça:
“Nosso compromisso com as árvores é real. Não temos todas as soluções, mas o nosso papel é claro – plantaremos árvores suficientes para causar impacto”, disse ao Fórum Econômico Mundial Ajaya Mehta, cofundador da Acacia Eco.
A empresa planta árvores em espaços urbanos da Índia, como escolas, fábricas e terrenos comunitários. Até agora plantou mais de 825.000 árvores em 91 florestas urbanas, restaurando mais de 36,4 hectares (364.000 m2) no processo.
O projeto usa o método Miyawaki, desenvolvido pelo botânico japonês Akira Miyawaki. Esse método envolve o plantio de árvores próximas umas das outras para evitar a perda da camada superficial do solo pela água da chuva. A técnica provou ser bem-sucedida nas condições de solo e clima mais adversas e pode ajudar a criar florestas urbanas de rápido crescimento que sejam autossustentáveis dentro de dois anos.
A Índia comprometeu-se em aumentar a sua cobertura florestal para 33% até 2030, acima dos cerca de 25% atuais.
A SUGi é uma plataforma global que conecta doadores com comunidades de pessoas que plantam florestas e “jardineiros dos oceanos” que restauram ecossistemas em todo o mundo. A empresa financiou a sua primeira “floresta de bolso” em Beirute, no Líbano, em maio de 2019. Agora existem 160 em todo o mundo, em países como Camarões, Reino Unido, Estados Unidos e Austrália.
Essas miniflorestas, que seguem o método Miyawaki, prosperam em diversos climas, incluindo o tropical úmido, o semiárido, o temperado oceânico e o mediterrâneo. Em 2022, a área total de florestas plantadas cobria 93.905 metros quadrados, incluindo 237.411 plantas.
No ano passado, o tamanho individual da floresta também aumentou, com florestas com uma média de 661,3 metros quadrados, em comparação com 396,3 metros quadrados entre 2019 e 2021.
Os doadores podem investir a partir de US$ 5 e assinar para doar regularmente ou fazer contribuições únicas.
Há três anos, a Earthwatch Europe plantou a primeira microfloresta do Reino Unido em Witney, Oxford. Desde então, criou mais de 200 desses oásis urbanos em todo o Reino Unido.
Uma microfloresta é uma floresta nativa densa e de rápido crescimento usando o método Miyawaki. A Earthwatch afirma que identifica locais adequados em pontos urbanos onde a natureza é mais necessária e depois interage com as comunidades locais para plantar, manter e monitorar as suas florestas ao longo do tempo.
Em 2022, 80 microflorestas foram monitoradas por voluntários, envolvendo quase 3.500 “cientistas-cidadãos”. Esses incluíram a rede nacional do programa de voluntários Tree Keeper e membros de comunidades locais, escolas e empresas.
A empresa coleta dados ambientais e sociais de cada floresta que planta para ajudar a avaliar os benefícios que proporcionam ao longo do tempo e entre diferentes florestas. A Earthwatch já descobriu que as florestas ajudam as pessoas a se conectar com a natureza e a aumentar a conscientização sobre a crise climática.
A Urban Reef é uma startup holandesa que cria “recifes urbanos”. Eles são, na verdade, esculturas ou mobiliário urbano impressos em 3D feito de materiais vivos como micélio, draga de rio, conchas do mar e argila. O objetivo é aumentar a biodiversidade nas cidades.
Os recifes urbanos podem absorver água e apresentar uma variedade de microclimas, proporcionando habitats que permitem que uma grande variedade de plantas, insetos e animais vivam e prosperem nas cidades.
“Acreditamos que para viver em harmonia com o que nos rodeia, precisamos dar mais espaço à vida selvagem e à natureza, tanto fisicamente como no nosso pensamento”, afirmaram os cofundadores Pierre Oskam e Max Latour ao Fórum Econômico Mundial. “Para esse fim, vemos as cidades como paisagens vivas.”