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Woody Allen desmente as acusações de sua filha adotiva

Diretor acusa a família Farrow de "aproveitar-se cinicamente do movimento antiassédio para relançar acusações desacreditadas"

Woody Allen: comunicado com o novo desmentido do cineasta foi enviado por seu agente (Lucas Jackson/Reuters)

Woody Allen: comunicado com o novo desmentido do cineasta foi enviado por seu agente (Lucas Jackson/Reuters)

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AFP

Publicado em 19 de janeiro de 2018 às 11h14.

Woody Allen negou mais uma vez nesta quinta-feira as acusações de abusos sexuais feitas por sua filha adotiva Dylan Farrow, acusando a família Farrow de "aproveitar-se cinicamente do movimento antiassédio para relançar acusações desacreditadas".

O comunicado com o novo desmentido do cineasta foi enviado à AFP por seu agente no momento em que a cadeia CBS emitia uma entrevista com Dylan Farrow na qual a jovem, de 32 anos, relançava suas acusações, que remontam a 1992.

Na véspera, Allen tornou-se alvo da onda de denúncias de assédio sexual que tomou conta dos Estados Unidos, quando sua filha reafirmou as acusações de abuso que teria sofrido do diretor quando era uma criança, pedindo ao mundo que finalmente acredite nela.

As alegações de Dylan Farrow de que o diretor a tocou de forma inapropriada quando tinha sete anos apareceu pela primeira vez há 25 anos, na sequência da separação de sua mãe de Allen, que, em 1992, começou um relacionamento com umas das filhas adotivas do casal, Soon-Yi Previn, que tinha 21 anos na época.

Mas o lendário diretor de 82 anos e quatro vezes ganhador do Oscar sempre negou as alegações. As denúncias nunca foram comprovadas.

No entanto, a onda de denúncias de assédio sexual foi um combustível para uma crescente revolta contra Allen.

No rastro do movimento 'Time's Up' (Acabou o tempo), lançado pelas mulheres em Hollywood contra o assédio sexual e o machismo, a filha adotiva de Allen disse que era hora de o mundo finalmente escutá-la.

"Por que não devo querer derrubá-lo? Por que não devo ficar com raiva? Por que não devo estar magoada?", disse ao "CBS This Morning", em sua primeira entrevista televisionada, cujos trechos foram transmitidos nesta quarta.

A entrevista completa irá ao ar nesta quinta-feira.

"Por que eu não deveria sentir algum tipo de indignação depois de todos esses anos, sendo ignorada, desacreditada e jogada de lado?", acrescentou Farrow.

Questionada sobre o motivo pelo qual as pessoas deveriam acreditar nela, respondeu: "suponho que isso seja com eles, mas tudo o que posso falar é da minha verdade e esperança, esperança de que alguém acredite em mim ao invés de apenas ouvir".

O agente do diretor não respondeu aos pedidos de comentários da AFP.

Em outubro, a reportagem sobre os supostos casos de estupro, abuso e assédio publicada pelo irmão de Farrow, Ronan, filho biológico de Allen e Mia Farrow, ajudou a acabar com a carreira de Weinstein.

A primeira vez que Dylan Farrow detalhou o suposto abuso com suas próprias palavras foi em uma carta aberta publicada em um blog do New York Times em 2014.

Após esta publicação, Allen negou a acusação e criticou Mia Farrow, dizendo que ela estaria "mais interessada em sua própria raiva do que no bem-estar de sua filha".

Um juiz de Nova York que presidiu a audiência de custódia em 1994 entre Allen e Farrow decidiu que as alegações de abuso eram inconclusivas, mas, ao mesmo tempo, criticou o diretor como "autocentrado, indigno e insensível".

Allen continua casado com Soon-Yi, com quem tem dois filhos.

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