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Wall Street finalmente vê retorno aos escritórios no horizonte

No JPMorgan Chase, centenas de estagiários devem trabalhar nos escritórios do banco em Nova York e em Londres nos próximos meses

Entrada do PMorgan Chase & Co, em Nova York (Michael Nagle/Bloomberg)
DS

Daniel Salles

Publicado em 18 de março de 2021 às 09h50.

Última atualização em 18 de março de 2021 às 21h30.

A cidade de Nova York começa a ser reaberta, as vacinações avançam e a primavera nos Estados Unidos traz um ar de otimismo. Para os bancos de Wall Street, isso significa que o retorno aos escritórios pode finalmente estar à vista.

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No JPMorgan Chase, centenas de estagiários devem trabalhar nos escritórios do banco em Nova York e em Londres nos próximos meses. O Citigroup oferece testes rápidos de Covid aos funcionários enquanto faz planos para o retorno seguro aos seus edifícios. O Goldman Sachs espera ter mais funcionários de volta em meados do ano.

Um ano depois de Wall Street mandar muitos funcionários para casa para evitar a propagação do coronavírus, as perspectivas de um amplo retorno começam a ficar mais claras, e não parece muito cedo para algumas empresas do setor. Da fadiga do Zoom ao esgotamento dos empregos que colidem com a vida doméstica, muitos banqueiros dizem que as tensões do trabalho remoto de longo prazo estão crescendo tanto para chefes quanto para subordinados.

Existem exceções e sinais de flexibilidade crescente, e empresas como a Apollo Global Management estudam modelos híbridos. Mas enquanto outros setores olham para uma drástica reformulação do trabalho em um mundo pós-Covid, a postura dos gigantes financeiros de Nova York é clara: os funcionários devem estar nos escritórios. É apenas uma questão de quão rapidamente - e com que segurança - seus líderes poderão trazê-los de volta.

“Nosso objetivo é voltarmos ao escritório juntos”, disse o codiretor-presidente da Evercore, Ralph Schlosstein, em entrevista à Bloomberg Television na terça-feira. “Estamos incentivando todos a se vacinarem assim que puderem.”

O setor financeiro enfrentou vários revezes até chegar a este ponto, e o retorno depende de um vírus que se mostrou difícil de controlar. Um exemplo é o caso do HSBC, cujo principal escritório em Hong Kong foi fechado esta semana até novo aviso, depois que três pessoas que trabalham no prédio testaram positivo para Covid-19.

Wall Street tentou persuadir banqueiros e operadores a retornarem no quarto trimestre do ano passado, quando os casos estavam diminuindo e as lojas e restaurantes começaram a reabrir, mas os planos foram adiados quando a Covid-19 voltou no inverno. Em 3 de março, apenas 14,5% dos funcionários de escritórios da área de Nova York haviam retornado, de acordo com dados da empresa de segurança Kastle Systems.

Mas desta vez pode ser diferente. As vacinas chegaram e o presidente dos EUA, Joe Biden, pediu aos estados que todos os adultos sejam elegíveis para vacinas até 1º de maio. Nova York está finalmente pronta para reabrir escolas públicas de ensino médio para aprendizagem presencial. E, na semana passada, o número de passageiros no metrô atingiu o nível mais alto desde o início da pandemia.

Divisão
A determinação do setor financeiro em trazer os trabalhadores de volta é um contraste com grandes empresas do Vale do Silício, muitas das quais planejam manter mais funcionários em casa de forma permanente, disse Rob Dicks, líder de talentos e organização da Accenture para mercados de capitais.

O Facebook, por exemplo, disse que até 50% dos funcionários poderiam trabalhar remotamente no futuro, enquanto no Twitter a equipe pode trabalhar em casa para sempre se quiser. A Salesforce.com, maior empregadora do setor privado de São Francisco, vai adotar o regime de trabalho flexível após o fim da pandemia.

No setor automotivo, a Ford Motor disse na quarta-feira que os funcionários podem continuar a trabalhar em casa, permitindo que mais de 30 mil usem o escritório apenas quando precisarem, mesmo depois da pandemia.

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