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Viena terá primeira mostra de obras de Lucian Freud

Considerado o maior pintor britânico de sua geração, artista será homenageado pela primeira vez na cidade da qual seu avô Sigmund fugiu em 1938

David Dawson, que trabalhou com o pintor britânico Lucian Freud, olha para uma de suas fotografias no museu Sigmund Freud, em Viena (Heinz-Peter Bader/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 7 de outubro de 2013 às 17h51.

Viena - Lucian Freud não viveu para ver a primeira exposição de suas obras em Viena, a cidade da qual seu avô Sigmund fugiu em 1938, mas o artista ajudou a planejar a retrospectiva que será inaugurada esta semana.

Freud, considerado o maior pintor britânico de sua geração, se mudou com a família de Berlim para Londres em 1933 para escapar da ascensão do nazismo. Quatro de suas tias-avó foram mortas em campos de concentração durante o Holocausto.

"Viena nunca foi a terra dele e nunca poderia ser a terra dele", disse o curador Jasper Sharp. "Não quero ir tão longe a ponto de dizer que (a mostra) era uma cura ou o fechamento de um ciclo para ele, mas de alguma maneira um fantasma foi enterrado." Depois de recusar inúmeros convites de galerias alemãs e austríacas por décadas, o artista figurativo germano-britânico concordou com a exposição e ajudou a selecionar 43 trabalhos para a mostra por causa do seu amor pelo local no qual eles seriam exibidos.

"Em primeiro lugar, e acima de tudo, ele fez esta exposição pelas coleções do Kunsthistorisches Museum", afirmou Sharp, amigo e vizinho de infância do artista judaico, que faleceu em 2011 aos 88 anos.

O museu abriga a enorme coleção de artistas da família real Habsburgo, incluindo quadros de Ticiano, Velázque e Rembrandt que inspiraram Freud, um visitante contumaz de museus . Ele dizia que a visita a galerias de arte era para ele um curativo igual a ir ao médico.

A mostra abrange 70 anos de carreira, indo de um autoretrato de 1943, período da guerra, à sua última obra, o inacabado "Retrato do Galgo", no qual aparecem seu assistente David Dawson e seu cão Eli, da raça whippet, quadro no qual ele trabalhou até duas semanas antes de morrer.

"Uma coisa que você tem de aprender sobre posar é não olhar para o relógio", disse Dawson, que trabalhou com Freud por mais de 20 anos e cujas fotos tiradas do estúdio e da casa do artista estão sendo exibidas ao mesmo tempo no museu Sigmund Freud, em Viena, onde o fundador da psicanálise viveu e trabalhou por muitos anos.

A única exceção no intenso método de trabalho de Freud - seus modelos algumas vezes ficavam sentados por milhares de horas, já que o pintor produzia nos sete dias da semana, 13 horas por dia - foi a rainha britânica, Elizabeth, cujo retrato ele pintou em 2001.

A monarca pôde posar por duas horas de cada vez. "Ela disse: 'bem, eu realmente tenho outras coisas para fazer'", contou Dawson em entrevista à Reuters.

A mostra inclui alguns nus de tamanho fora do padrão, pelos quais Freud ganhou renome. A maioria dos retratos é dele mesmo, membros da família e amantes, ou de pessoas que conheceu por acaso, como Susan Tilley, uma supervisora de benefícios da assistência social, que era gorda e ele pintou nua.

Freud evitava chamá-los de "nus", dizendo que isso poderia evocar uma ideia de perfeição à qual ele não aspirava. "Não quero pintar as pessoas do jeito que elas parecem. Quero pintar as pessoas do jeito que elas são", dizia o artista, segundo recorda Sharp.

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Viena - Lucian Freud não viveu para ver a primeira exposição de suas obras em Viena, a cidade da qual seu avô Sigmund fugiu em 1938, mas o artista ajudou a planejar a retrospectiva que será inaugurada esta semana.

Freud, considerado o maior pintor britânico de sua geração, se mudou com a família de Berlim para Londres em 1933 para escapar da ascensão do nazismo. Quatro de suas tias-avó foram mortas em campos de concentração durante o Holocausto.

"Viena nunca foi a terra dele e nunca poderia ser a terra dele", disse o curador Jasper Sharp. "Não quero ir tão longe a ponto de dizer que (a mostra) era uma cura ou o fechamento de um ciclo para ele, mas de alguma maneira um fantasma foi enterrado." Depois de recusar inúmeros convites de galerias alemãs e austríacas por décadas, o artista figurativo germano-britânico concordou com a exposição e ajudou a selecionar 43 trabalhos para a mostra por causa do seu amor pelo local no qual eles seriam exibidos.

"Em primeiro lugar, e acima de tudo, ele fez esta exposição pelas coleções do Kunsthistorisches Museum", afirmou Sharp, amigo e vizinho de infância do artista judaico, que faleceu em 2011 aos 88 anos.

O museu abriga a enorme coleção de artistas da família real Habsburgo, incluindo quadros de Ticiano, Velázque e Rembrandt que inspiraram Freud, um visitante contumaz de museus . Ele dizia que a visita a galerias de arte era para ele um curativo igual a ir ao médico.

A mostra abrange 70 anos de carreira, indo de um autoretrato de 1943, período da guerra, à sua última obra, o inacabado "Retrato do Galgo", no qual aparecem seu assistente David Dawson e seu cão Eli, da raça whippet, quadro no qual ele trabalhou até duas semanas antes de morrer.

"Uma coisa que você tem de aprender sobre posar é não olhar para o relógio", disse Dawson, que trabalhou com Freud por mais de 20 anos e cujas fotos tiradas do estúdio e da casa do artista estão sendo exibidas ao mesmo tempo no museu Sigmund Freud, em Viena, onde o fundador da psicanálise viveu e trabalhou por muitos anos.

A única exceção no intenso método de trabalho de Freud - seus modelos algumas vezes ficavam sentados por milhares de horas, já que o pintor produzia nos sete dias da semana, 13 horas por dia - foi a rainha britânica, Elizabeth, cujo retrato ele pintou em 2001.

A monarca pôde posar por duas horas de cada vez. "Ela disse: 'bem, eu realmente tenho outras coisas para fazer'", contou Dawson em entrevista à Reuters.

A mostra inclui alguns nus de tamanho fora do padrão, pelos quais Freud ganhou renome. A maioria dos retratos é dele mesmo, membros da família e amantes, ou de pessoas que conheceu por acaso, como Susan Tilley, uma supervisora de benefícios da assistência social, que era gorda e ele pintou nua.

Freud evitava chamá-los de "nus", dizendo que isso poderia evocar uma ideia de perfeição à qual ele não aspirava. "Não quero pintar as pessoas do jeito que elas parecem. Quero pintar as pessoas do jeito que elas são", dizia o artista, segundo recorda Sharp.

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