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Stefanno Gabbana diz que assédio sexual não é violência

Durante entrevista, o estilista disse achar normal toda a onda de denúncias de assédio sexual em Hollywood e na indústria da moda

Gabbana: "Você perde o poder de explicar seus pensamentos verdadeiros" (Vittorio Zunino Celotto/Getty Images/Getty Images)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de novembro de 2017 às 14h58.

Para promover a linha de Natal que irão lançar em parceria com a loja de departamento britânica Harrods, os estilistas Domenico Dolce e Stefano Gabbana deram uma entrevista ao portal da revista Vogue América recheada de polêmicas.

Eles começaram falando como adoram a geração millenial, que vem protagonizando os últimos desfiles da marca, afirmando que eles são mais engajados com os problemas do planeta e se preocupam mais com política do que a geração anterior.

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Foi quando Gabbana se defendeu das críticas de vestir Melania Trump.

"Não sou norte-americano, sou italiano, não ligo para a política deles. Sou um estilista, e ela uma consumidora", disse.

"No jogo da mídia, tudo vira negócio. Você pode fazer tudo ficar interessante se falarem sobre você."

O fato de a primeira-dama norte-americana aparecer frequentemente usando Dolce & Gabbana gerou críticas dos contrários ao governo Trump e uma campanha de boicote à grife nas redes sociais.

A marca respondeu criando uma camiseta com a hashtag #BoycottDolce&Gabbana, à venda por 245 dólares.

Outro tema polêmico da entrevista foi a onda de denúncias de assédio sexual em Hollywood e na indústria da moda, o que Stefano considera uma coisa normal.

"Não é nada novo. (O diretor de teatro) Luchino Viconti chamou (os atores) Helmut Berger e Alain Delon para sua cama... mas é uma escolha, todo mundo sabe", disse.

"Depois de 20 anos, você fala 'Ah! Ele tocou minha bunda!' Isso não é violência. Quem não faz sexo?"

Gabbana também aproveitou para criticar a tendência politicamente correta, afirmando que ela tira a personalidade das pessoas.

"Eu acho falso, porque você perde o poder de explicar seus pensamentos verdadeiros. Com respeito a todos, não sou Mussolini, nem Deus, é só minha opinião", explicou.

"Eu amo quando as pessoas dizem exatamente o que pensam. Se você não concorda com outra pessoa, ainda sim tem direito de dizer o que pensa."

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