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Sem Lei Rouanet, musicais sumiriam do Brasil

Produtores que trabalham com musicais no Brasil acompanharam o crescimento do mercado, mas não acreditam que ele seja sustentável sem a Lei Rouanet

Musical "Les Misérables" em São Paulo (T4F/Divulgação)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de fevereiro de 2019 às 10h52.

São Paulo — Desde a estreia de Les Misérables em 2001, o mercado de musicais se estabeleceu no Brasil, criando uma série de novos empregos - em média, 100 por peça. Mas esse mercado, acreditam os produtores, não se sustentaria sem a Lei Rouanet .

"Muitas vezes, a bilheteria não mantém um espetáculo", comenta Renata Borges Pimenta, da Touché Entretenimento, responsável por trabalhos premiados como Peter Pan. Ela concorda, porém, com a redução para R$ 10 milhões do teto do valor dos projetos - hoje, a cifra máxima é de R$ 60 milhões, com até 16 projetos. "Se o produtor fizer um grande espetáculo por ano, ou dois de portes menores, é o suficiente. E esse teto vai obrigar os patrocinadores a buscarem outros produtores e novos projetos. O que torna a lei mais democrática", acredita.

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Também apoia João Elias, diretor executivo de Cia. de Dança Deborah Colker. "Com a redução, o bolo fica maior e vai obrigar os produtores a cuidarem muito bem de seus projetos", observa ele, cuja companhia pode sofrer alteração no patrocínio da Petrobras. Atenta a essa possível mudança na Rouanet, Aniela Jordan, da Aventura Entretenimento, uma das principais produtoras de musicais do País, acredita que a redução pode incentivar a criação de outras empresas. "Pois assim, será possível que mais projetos sejam contemplados", afirma.

Todos são contrários ao aumento para 20% na quantidade de ingressos gratuitos em eventos beneficiados com recursos da lei - a cifra pode chegar a até 40%. "Muitas vezes, o produtor precisa utilizar o dinheiro da bilheteria para custear a produção", diz Renata, que explica para onde vai cada parte de um ingresso: 12% para direitos autorais, de 5% a 10% para direção artística, 10% para divulgação e patrocinador, 10% para produção e 20% de ingresso de preço popular. "A conta não fecha."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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