Lisboa - A sexta edição do Rock in Rio Lisboa terminou neste domingo, 01, com show de Justin Timberlake e reuniu cerca de 310 mil pessoas na capital portuguesa durante os cinco dias de festival - um deles monopolizado pelo fabuloso circo dos Rolling Stones, com Bruce Springsteen e Gary Clark Jr. de convidados, e o ex-presidente norte-americano Bill Clinton na plateia.
A excepcionalidade dos Stones num festival já o destacaria de todos os outros, mas houve outros bons momentos no Rock in Rio Lisboa 2014.
Um deles foi o show do Queens of the Stone Age (Qotsa), que é mais do que uma banda, é um conceito em movimento, um laboratório de materiais radioativos estéticos - com a vantagem de manter uma pegada de assalto de rock'n'roll de guitarras sombrias que lembra os melhores momentos do pós-punk.
Josh Homme, vocalista e dono da banda, dominou a cena com maestria (até mesmo ralhando com os fãs).
O Queens of the Stone Age toca em São Paulo no dia 27 de setembro, no festival Pepsi on Stage, apresentando o show de seu mais recente disco, "...Like Clockwork" (2013).
Em Lisboa, a banda tocou cinco músicas do disco, que pareciam perfeitamente encaixadas nos hits como "Sick Sick Sick" e "Little Sister": a faixa-título e mais "I Sat by the Ocean", "Fairweather Friends", "My God is the Sun" e "Smooth Sailing".
Houve um acirrado debate de bastidores entre bandas nesse dia, porque o Queens acabou abrindo para o Linkin Park, e não se conformava com isso.
O Linkin Park, entretanto, foi a banda mais votada pelos portugueses para estar no festival. O paradoxo entre o que é maior e o que é melhor cerca toda a programação, mas é um conflito natural no supermercado de entretenimento que são os festivais de rock.
O Linkin Park tem, de fato, o domínio do público, mas parece ter envelhecido sua dinâmica de nu metal calcada na alternância de um gajo que berra (Chester Bennington) e um gajo que rapeia (Mike Shinoda), como salientou um crítico português.
Curiosamente, o dia mais fraco do Rock in Rio Lisboa tinha uma das atrações que mais fizeram sucesso no Brasil na temporada: o Arcade Fire.
Apenas 48 mil pessoas estiveram no Parque da Bela Vista para ver os canadenses, e eles também não se esforçaram muito, fazendo um show bem menos entusiasmado do que o que fizeram no Lollapalooza latino-americano, há cerca de um mês.
O problema é que as atrações do Palco Mundo no mesmo dia também não ajudaram muito: Lorde e seu lamento depressivo de garota que a mãe proibiu de tatuar o nome do namorado no pescoço deu uma caída geral no público.
O festival vai agora a Las Vegas, em maio de 2015, e em setembro retorna ao Brasil.
Em 2016, já está garantido de novo em Portugal. Realizado com raro equilíbrio financeiro (ganhou isenção de impostos da prefeitura de Lisboa), o evento está incorporado ao calendário do país, tendo criado um ambiente de concorrência que não existia antes.
Os Stones fizeram um show de rara entrega e, ao mesmo, tempo de despretensão, o que tornou inesquecível sua apresentação.
Como Jagger mencionou a Copa do Mundo, os rumores voltaram, mas a cantora Lisa Fischer, que acompanha os Stones como backing vocal há 25 anos (estreou em 1989), disse à reportagem não ter nenhuma informação sobre uma possível apresentação no Brasil.
"Tudo que eu sei sobre a turnê está no site do grupo. E, mesmo se soubesse, eu não poderia dizer", afirmou em Lisboa a veterana cantora de R&B, que também já acompanhou artistas como Tina Turner e Luther Vandross. "Mas o Brasil soa bem", afirmou a cantora.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
- 1. Revoluções musicais
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São Paulo – Desde que começou a se desenvolver, entre o final dos anos 40 e começo dos 50, o
rock não é o mesmo. Na medida em que o gênero musical se espalhava e novos artistas surgiam, diferentes técnicas e subgêneros também começaram a pipocar. Nesse emaranhado, fica difícil determinar uma
música (ou um artista) responsável por criar um novo estilo ou alterar o curso das coisas. No entanto, há algumas faixas que merecem destaque por, de alguma maneira, fazer revoluções no gênero. Com a ajuda do crítico de música da revista Bravo José Flávio Júnior, EXAME.com aproveita o Dia Mundial do Rock, comemorado nesta sexta-feira, e traz alguns clássicos que representaram rupturas consideráveis no rock mundial. A lista a seguir não tem a pretensão de ser uma palavra final sobre o assunto. Clique nas imagens para conferir e, se você tiver uma opinião diferente, faça a sua e comente.
2. Purple Haze 2 /12
Gravada em 1967 por Jimi Hendrix, “Purple Haze” é uma das músicas mais importantes do artista, dando a ele projeção internacional. A faixa, listada no 17º lugar no ranking das
"500 Melhores Canções de Todos os Tempos" da revista Rolling Stones, é representante dos sucessos que consagraram Hendrix como o melhor guitarrista de todos os tempos, ainda segundo a publicação americana. Em sua carreira de apenas cinco anos, encerrada em 1970 com sua morte, o músico inovou trazendo técnicas como a microfonia, o pedal wah-wah, estereofonia e phasing (composição progressiva) nas gravações. Assim, ele influenciou fortemente as gerações seguintes.
3. Helter Skelter 3 /12
“Helter Skelter”, dos Beatles, representou uma revolução para além da música. Segundo José Flávio Júnior, alguns a consideram como precursora do heavy metal, apesar de o subgênero ter nascido efetivamente depois da gravação da faixa, composta em 1968 por Paul McCartney. “Ela foi uma premonição de músicas que viriam depois e ainda segue no repertório dos shows do Paul. Até hoje ela é considerada pesada, desagradável, e mantém a chama do rock”, afirma o crítico. Outro motivo que deixa “Helter Skelter” em um patamar diferenciado é também indesejável. Por ser um som confuso, como o nome sugere, a música foi uma espécie de inspiração de duas chacinas em Hollywood, cometidas por Charles Manson e um grupo que liderava, no ano de 1969. Após matar suas vítimas, os criminosos escreveram "Helter Skelter" nas paredes com sangue, entre outras mensagens.
4. (I Can’t Get No) Satisfaction 4 /12
Para José Flávio, até hoje, “(I Can’t Get No) Satisfaction”, dos Rolling Stones, é o maior hino do rock. Com uma letra simples, porém marcante, a música lançada em 1965 reflete a mentalidade do gênero, muito ligada à rebeldia, à contestação e, por que não, à sexualidade e à libido. Escrita por Mick Jagger e Keith Richards, a faixa ocupa o segundo lugar na lista de "500 Melhores Canções de Todos os Tempos", na edição americana da Rolling Stone.
5. Black Sabbath 5 /12
Se “Helter Skelter”, dos Beatles, pode ser considerada como parte dos primórdios do heavy metal, a música “Black Sabbath”, que inaugurou o trabalho da banda homônima, está ainda mais próxima da origem do subgênero. Inspirados pelo cinema de terror, a intenção do grupo, quando surgiu, em 1968, era fazer algo aterrorizante, segundo José Flávio. A música Black Sabbath, lançada no primeiro álbum do grupo, em 1970, representa exatamente isso, abrindo portas para outras bandas explorarem o lado mais obscuro da música.
6. Starman 6 /12
O impacto de David Bowie e da fase em que encarnou o personagem Ziggy Stardust ultrapassou os limites da música. “Starman”, lançada no álbum de 1972 “The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars”, é um grande sucesso que exemplifica a revolução que o artista provocou no rock. Com os cabelos vermelhos, roupas esdrúxulas e maquiagem forte, Bowie deu um toque teatral ao gênero, dando forma à vertente do glam rock, marcados pelos figurinos espalhafatosos e andróginos.
7. God Save The Queen 7 /12
Os sucessos do Ramones construíram a história do punk rock, mas, na visão de José Flávio Júnior, “God Save The Queen”, do Sex Pistols, é a que realmente revolucionou o subgênero. A música, de 1977, causou polêmica por ser lançada no mesmo momento das comemorações de 25 anos da chegada de Elizabeth II ao trono inglês. E é por seu perfil contestador e agressivo que o crítico deu destaque a ela.
8. I Love Rock’n Roll 8 /12
A versão da cantora Joan Jett, de 1982, foi muito mais bem sucedida do que a original, gravada em 1975 pelo The Arrows. Para o crítico musical, “I Love Rock’n Roll” representa a revolução feminina no rock. Joan Jett, que integrou a banda de mulheres The Runaways e lançou o hit com seu grupo The Blackhearts, deu vida à faixa e injetou de vez hormônios femininos no gênero. “Essa é uma música que não deixa de ser sensual, que tem uma vontade de seduzir, mas, ao mesmo tempo, se impõe”, afirma. Hoje, ela já chega a ser clichê, tendo até uma versão da cantora pop Britney Spears, de 2002.
9. Polícia 9 /12
No rock nacional, muitos artistas tiveram grande importância, como Roberto Carlos e Erasmo Carlos e os Mutantes. Mas, para o crítico musical, os representantes da revolução do gênero no país são os Titãs, com a faixa “Polícia”. O hit foi lançado em 1987 com o álbum “Cabeça de Dinossauro” e mostra a face punk rock do grupo brasileiro, com questionamentos e a contestação socioeconômica típica desse subgênero. “Essa música foi muito importante, é um clássico dos Titãs e já foi até gravada pelo Sepultura”, afirma José Flávio Júnior.
10. Smells Like Teen Spirit 10 /12
Grande sucesso da banda Nirvana, “Smells Like Teen Spirit” mudou os rumos do rock ao fazer parte da inauguração do grunge, nos anos 90. A música foi lançada em 1991, como parte da cena do rock alternativo, que acabou se tornando muito popular. Hoje, ela está posicionada no nono lugar do ranking das "500 Melhores Canções de Todos os Tempos", da Rolling Stone.
11. Seven Nation Army 11 /12
Lançada em 2003 pela banda White Stripes, “Seven Nation Army” é o grande destaque da última década, segundo José Flávio Júnior. Com um ritmo marcante, a canção já se elevou ao patamar de clássico do rock, mesmo tendo sido criada há relativamente pouco tempo. Extrapolando os aparelhos de som e os shows, a faixa ganhou lugar cativo nas torcidas de futebol da Europa e do clube brasileiro Internacional, de Porto Alegre.
12. Agora, veja as músicas que já foram muito tocadas em filmes 12 /12(Divulgação)