RoboCop de Padilha não tem Capitão Nascimento, mas lembra Tropa de Elite
Remake do clássico de 1987 estreia no próximo dia 21
Da Redação
Publicado em 14 de fevereiro de 2014 às 16h00.
O diretor José Padilha, de Tropa de Elite, enfrentou um grande desafio quando aceitou dirigir o remake do clássico RoboCop. Como transportar a história original, de 1987, para os dias de hoje, sem deixar de lado questões sensíveis, como a corrupção policial?
As pistas para essa resposta aparecem logo no início do longa. Por exemplo, com a apresentação do âncora de ultradireita Pat Novak (Samuel L. Jackson), um aliado da OmniCorp, a megacorporação comandada por Raymond Sellars (Michael Keaton) que fabrica robôs-soldados. Ele não aceita que os Estados Unidos sejam a única potência global a não permitir o uso de robôs e drones para defender seus cidadãos de bandidos clara crítica à atual política de uso de drones dos norte-americanos.
O papel de Samuel L. Jackson contém ingredientes que lembram imediatamente os apresentadores conservadores da rede Fox News, e até os de programas policiais brasileiros como o humor escrachado, sarcasmo e exagero.
Por outro lado, alguns elementos do original saem de cena, como a armadura prata do RoboCop, que dá lugar a um uniforme preto. Pessoalmente, a troca não me agradou. O novo figurino perde o charme robótico e desajeitado do original, dando ao personagem a forma quase clichê de super-heróis vistos em filmes como Homem de Aço e Wolverine.
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Assim como em 1987, RoboCop conta a história de Alex Murphy, um policial de Detroit morto em serviço e trazido de volta à vida por uma corporação (Omnicorp) interessada em ingressar na segurança pública. A diferença está nas situações que levam à morte de Murphy em vez de ser brutalmente executado por uma gangue de traficantes, como no original, aqui o cadete sofre um atentado em frente à sua casa.
Após a transformação do policial em RoboCop, a trama deslancha, guiada pelo dedo de Padilha. Espere muita ação e explosões no estilo Tropa de Elite. O trabalho realizado pela equipe técnica do brasileiro e dos produtores gringos é impressionante. Em determinado momento você acha que está dentro de um game. Quando o RoboCop começa seu trabalho de exterminar o crime na cidade de Detroit e a perseguir o bandido da história, você verá cenas de tirar o fôlego.
Mas tudo isso se perde quando o foco emocional é deslocado para Murphy e sua relação entre a esposa e o filho. Em uma das cenas, cuidado para não chorar. Sem exagero!
Ao longo do filme, é possível encontrar também o tom politico das tramas de Padilha. Em RoboCop são abordados problemas no alto escalão do governo e grandes corporações. O policial pode meter bala nos civis, mas nem pensar em tocar no vespeiro interno da polícia.
RoboCop teve orçamento de 140 milhões de dólares e um elenco estrelar, que inclui atores como Gary Oldman, Michael Keaton, Samuel L. Jackson e Joel Kinnaman. O longa lidera as bilheterias em dez mercados internacionais como Ásia, Alemanha, Austrália e França e desembarca no Brasil na próxima sexta-feira (21).
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