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Remy Sharp
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Um levantamento da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural mostrou que, no último ano, o Brasil teve um aumento de 11,6% na produção de vinhos em comparação com o ano anterior. Quem alavancou essa alta foram os vinhos de mesa, também chamados de suaves, aqueles elaborados com uvas não viníferas. Esse fenômeno ajuda a explicar a imagem vira-lata do fermentado nacional para boa parte dos compatriotas. Porém, os sommeliers responsáveis pelas cartas de grandes quilates do país têm trabalhado para romper essa bolha — e manter qualquer preconceito no passado.

Hotéis e restaurantes de luxo recebem um número representativo de visitantes de todos os lugares do mundo. Como se pode imaginar, muitos deles nunca provaram um vinho brasileiro. É nosso papel ser a ponte entre o produtor no campo e o cliente final, e contar a história por trás do líquido que estamos servindo. Quando nos apaixonamos por um vinho nacional, automaticamente nos tornamos um embaixador dele.

Não é de hoje que nossos rótulos vêm conquistando prêmios internacionais, menções em revistas especializadas mundo afora (como nossa carta do Le Jardin, restaurante do Rosewood São Paulo, que recebeu o prêmio “Award of Excellence” da revista americana Wine Spectator), altas notas de críticos renomados e, consequentemente, alcançando cifras elevadas. Entretanto, nunca se viram tantos rótulos locais dividindo espaços antes reservados somente a regiões e vinicultores consagrados.

Espumantes

Os espumantes de Pinto Bandeira, no Rio Grande do Sul, por exemplo, já foram comparados com os melhores exemplares franceses. Há pouco menos de 20 anos, não conhecíamos tão bem nossos próprios terroirs e, de certa forma, copiávamos o que era feito em outros países produtores. Realidade muito diferente da atual: o Brasil possui 12 Indicações Geográficas de vinhos registradas, das quais dez são Indicações de Procedência (IP) e duas são Denominação de Origem (DO). Isso atesta um rigor de qualidade e de padrão internacional, assim como é em Champagne, Bordeaux, na Toscana e outras famosas regiões do Velho e do Novo Mundo.

De forma tímida, os rótulos brasileiros também dão as caras em restaurantes de Inglaterra, Áustria e Espanha. A tendência é que isso aconteça cada vez mais, uma vez que nossos enólogos estão mais capacitados, com mais investimento na produção e com mentorias renomadas na adega. Trabalhar com bons vinhos nacionais ainda exige disposição dos sommeliers, além de sola de sapato para desbravar e descobrir algumas joias. Como o Flor de Mandacaru Tannat 2022, uma produção limitada de 600 garrafas e mínima intervenção, elaborado por uma vinícola urbana de Brasília, com uvas e produção da Serra Gaúcha, no Rio Grande do Sul.

Conheci Carlos Sanabria, o enólogo responsável pelo vinho, em um projeto de viticultura e fui surpreendida pela personalidade da bebida. Assim como com os rótulos das consagradas vinícolas Vivente e Era dos Ventos, que fazem um trabalho sério e cheio de paixão. Muitos terroirs ainda estão nascendo e essa revolução toda acontece diante de nossos olhos. Participar deste momento é um privilégio para cada um de nós, não só sommeliers, mas brasileiros.

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