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República Tcheca, cenário preferido de produções na Europa

De Missão Impossível a 007: Cassino Royale, a República Tcheca se estabeleceu no mundo do cinema como importante palco de grandes produções

Praga, na República Tcheca: indústria cinematográfica tcheca conta com quase um século de existência (Wikimedia Commons)

Praga, na República Tcheca: indústria cinematográfica tcheca conta com quase um século de existência (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 10 de fevereiro de 2014 às 09h26.

Praga - De "Amadeus" (1984) a "Missão Impossível" (1996) passando por "007: Cassino Royale" (2006) e a série "Os Bórgias" (2013), a República Tcheca se estabeleceu no mundo do cinema como importante palco de grandes produções graças aos baixos custos e ao majestoso centro histórico de Praga.

Os vários castelos e palácios do país centro-europeu são ideais para rodar produções históricas, ou podem ser recriados ainda nos estúdios Barrandov de Praga, como foi feito com a praça vaticana de São Pedro e a Capela Sistina, durante a primeira temporada da bem-sucedida série europeia "Os Bórgias".

A indústria cinematográfica tcheca conta com quase um século de existência: em 1921 os irmãos Milos e Vaclav Havel - este último, pai do falecido ex-presidente e dramaturgo tcheco do mesmo nome - criaram os estúdios Barrandov, que em círculos cinematográficos em breve passaram a ser conhecidos como a "Hollywood do Leste".

Diante do retrocesso de produções entre 2008 e 2012, o governo tcheco lançou um plano de incentivos fiscais para atrair novamente produções internacionais, que tinham começado a ir para outros países próximos como Alemanha, Romênia e Hungria.

A nova lei de incentivo ao cinema, que entrou em vigor na República Tcheca no início de 2013, garante uma reintegração de 20% das despesas que a produção incorra no país.

E assim pôde-se rodar "Os Bórgias", uma coprodução da Alemanha com a França; "Os Três Mosqueteiros" com a "BBC" britânica; "Child 44" produzido pelo diretor Rydley Scott e "1864" com a Dinamarca.

Atualmente, estão em curso 20 produções locais e internacionais que recorreram ao programa, dotado em 2013 com 20 milhões de euros (R$ 63 milhões), frente aos 12 milhões (R$ 38 milhões) do ano anterior.

"Não foi fácil, já que desde 2004 perdemos muitas produções", reconheceu à Agência Efe Helena Franková, diretora do Fundo Estatal para a Cinematografia da República Tcheca.


Na primeira metade da década passada, Praga conseguiu atrair grandes produções como "Oliver Twist" (2005), de Roman Polansky; duas das sequências das Crônicas de Nárnia: "O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa" (2005), e "Príncipe Caspian" (2008); assim como "007: Quantum of Solace" (2008).

Até hoje, parte do atrativo são os custos: um assistente de direção pode cobrar por dia na República Tcheca 240 euros (R$ 766), o mesmo que um produtor de linha ou um designer de produção, enquanto um diretor de fotografia, 600 euros (R$ 1.914).

São preços sugeridos, já que "neste setor não há sindicatos, e tudo é negociável", esclareceu à Efe Ludmila Claussova, representante da Comissão Tcheca de Cinema, que assessora aos produtores estrangeiros.

Situado a dez minutos do centro de Praga, no complexo cinematográfico de Barrandov já foram rodados cerca de 2.500 filmes em 14 estúdios de filmagem, cujo tamanho varia de 640 a 4.160 metros quadrados.

Nos arredores há, ainda, uma superfície de 160 mil metros quadrados de terreno ligeiramente ondulado, com uma audiência natural acabada em uma floresta.

Aqui foi construído, com riqueza de detalhes, uma réplica da Praça de São Pedro e das vielas da velha Roma; as lúgubres decorações londrinas de "Oliver Twist"; e a idílica campina de "Os Irmãos Grimm", filmado por Terry Gilliam em 2005, para citar alguns exemplos.

A gerência dos estúdios continua acreditando na tradição, como filmar em negativo de 16 milímetros, o que na opinião do diretor de Barrandov, Petr Tychy, significa uma "alternativa valiosa".

Mas isso não é empecilho para dispor de "quase todos os meios para o processo de produção e pós-produção", incluindo a tecnologia para fazer filmes em formato digital.

Quanto aos cenários, "mesmo na era digital os cineastas não podem trabalhar sem uma base de qualidade no estúdio, nem os artesãos", assegurou Tychy.

A outra vantagem é estar em Praga, "algo extremamente atraente para os cineastas, já que se pode "transformá-la" em Viena, Moscou, Paris, por ser uma cidade multifacetada, histórica e também moderna de um cantinho a outro", acrescentou o diretor tcheco.

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