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Quem são os trans que têm presença histórica no Oscar 2018

Dois filmes feitos ou protagonizados por transgêneros disputam o maior prêmio do cinema mundial

A atriz Daniela Vega no filme "Uma Mulher Fantástica" (Imovision/Divulgação)

A atriz Daniela Vega no filme "Uma Mulher Fantástica" (Imovision/Divulgação)

Júlia Lewgoy

Júlia Lewgoy

Publicado em 4 de março de 2018 às 16h00.

Última atualização em 4 de março de 2018 às 16h00.

São Paulo - Neste domingo (4), o Oscar 2018 terá um marco histórico: dois filmes feitos ou protagonizados por transgêneros, que disputam o maior prêmio do cinema mundial.

Um deles é “Uma mulher fantástica”, protagonizado pela atriz trans Daniela Vega. No indicado ao Oscar de filme em língua estrangeira, a chilena faz história ao interpretar um papel muito parecido consigo mesma, como ela define.

Daniela interpreta Marina, uma jovem de luto e vítima dos preconceitos da conservadora sociedade chilena. O longa do diretor chileno Sebastián Lélio é uma coprodução de Chile, Alemanha, Espanha e Estados Unidos.

O filme fez sucesso no último Festival de Berlim. Embora não tenha o objetivo de retratar o drama da população trans, como disse a montadora do filme ao jornal El Pais, é possível enxergar nele a realidade em que essas pessoas vivem.

Daniela, que também é cantora lírica, é a primeira atriz trans a interpretar uma trans em um filme que concorre ao Oscar. A atriz estreou no cinema em “La visita” (2013), primeiro longa que tratou de questões de gênero no Chile, no qual Daniela também interpretava uma transgênero.

A revista “Variety”incluiu Daniela na lista dos cinco novos talentos que merecem atenção, por sua capacidade “emocionalmente poliforma de atuar”.

No Oscar deste domingo, Daniela também será a primeira apresentadora trans da história da premiação. A seguir, confira o trailer de "Uma mulher fantástica":

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Yance Ford

Indicado a melhor documentário, "Strong Island" é protagonizado pelo cineasta Yance Ford, o primeiro diretor trans indicado ao Oscar em qualquer categoria.   

No filme, o cineasta relata o processo judicial de investigação do assassinato do seu irmão, em 1992. Nos Estados Unidos, o documentário se tornou parte de um debate sobre se jovens negros podem se sentir seguros no país.

“É tão fácil tirar vidas de negros nos Estados Unidos porque não queremos questionar por que as pessoas têm medo de negros”, disse o diretor ao jornal The Guardian. É o primeiro filme de sua carreira.

Ford começou a fazer o filme há dez anos. O documentário conta a história de sua família, que se mudou para o norte dos Estados Unidos para escapar da discriminação arraigada do sul, onde o avô da Ford morreu de um ataque de asma em uma sala de espera de médicos.

À agência AFP, o diretor destacou a importância de atores transgêneros interpretarem papéis de trans, mas enfatizou: "nosso trabalho transcende o fato de que somos transgênero".  A seguir, confira o trailer de "Strong Island": 

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