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Pussy Riots dizem querer tirar Putin do poder

As duas jovens músicas chegaram a Moscou na manhã desta sexta-feira e apresentaram seu projeto para defender os direitos dos presos

Pussy Riots (©afp.com / YEVGENY FELDMAN)

Pussy Riots (©afp.com / YEVGENY FELDMAN)

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Da Redação

Publicado em 28 de dezembro de 2013 às 11h20.

As integrantes da banda punk Pussy Riot, libertadas esta semana, afirmaram nesta sexta-feira que lutarão para tirar do poder o presidente Vladimir Putin e que apoiariam uma candidatura do ex-oligarca Mikhail Khodorkovsky, que recebeu indulto do chefe de Estado russo.

As duas jovens músicas chegaram a Moscou na manhã desta sexta-feira e apresentaram seu projeto para defender os direitos dos presos em sua primeira entrevista coletiva desde que foram libertadas em 23 de dezembro passado. Elas também criticaram duramente o presidente russo.

"Em relação a Putin, nossa posição não mudou. Queremos continuar fazendo aquilo pelo que nos prenderam: queremos tirá-lo do poder", declarou Nadezhda Tolokonnikova em uma coletiva de imprensa junto com a outra jovem integrante do Pussy Riot libertada, Maria Alyokhina.

A jovem música, de 24 anos, se referiu à "oração punk" contra Putin, que o grupo cantou em fevereiro de 2012 na catedral do Cristo Salvador, em Moscou, onde apareceram encapuzadas e acompanhadas de sua guitarra ela, Alyokhina e outra cantora, Ekaterina Samutsevich.

As três foram acusadas de "vandalismo" e incitação ao ódio religioso e condenadas a dois anos de prisão, mas Samutsevich foi libertada em outubro de 2012, enquanto suas duas companheiras se beneficiaram esta semana de uma ampla anistia concedida pelo Kremlin.

Em alusão aos membros da Cheka (Comissão extraordinária para a luta contra-revolucionária), a polícia secreta que precedeu a KGB soviética, Tolokonnikova acrescentou nesta sexta-feira: "Putin era um chekista fechado, apagado, com muitíssimos temores. Tem verdadeiro medo de muitas coisas".

Ex-agente da KGB e alto funcionário sem grande expressão, Putin teve uma ascensão meteórica e se tornou o símbolo da volta da Rússia à estabilidade após o caos dos anos que se seguiram à queda da União Soviética (URSS) e o fim do comunismo.

Nomeado em agosto de 1999 primeiro-ministro por Boris Yeltsin, um presidente desacreditado e arruinado pelo alcoolismo, em um país empobrecido e debilitado pela crise financeira de 1998, Putin consolidou seu poder em níveis nunca vistos desde a era soviética.

Referindo-se uma vez mais ao atual presidente russo, Tolokonnikova declarou: "Penso que, de verdade, ele acredita que o Ocidente é uma ameaça para o nosso país".

Alyokhina, de 25 anos, considerou que para Putin "sempre há conspirações, suspeitas".

"Se uma pessoa tenta controlar tudo (...), cedo ou tarde o controle lhe escapa das mãos. Em primeiro lugar porque é impossível controlar tudo", advertiu.

Consultadas sobre a pessoa que prefeririam como presidente da Rússia, Tolokonnikova expressou o desejo de que Khodorkovsi, ex-magnata e opositor que cumpriu dez anos de prisão, apresente sua candidatura.

"Gostaria muito de convidar Mikhail Borisovich a (ocupar) este cargo", disse.

Alyokhina, de 25 anos, apoiou esta posição. "Sou solidária" a esta ideia, afirmou quando consultada a respeito.

Também libertado recentemente, após o inesperado indulto concedido por Putin, Khodorkovski afirmou que se dedicaria a defender os presos políticos.

Na terça-feira, ele tinha aconselhado as jovens integrantes do Pussy Riot a evitar "o ódio e o rancor".

"Agora o principal é, sem dúvida, encontrar forças para não abrir espaço no coração para o ódio e o rancor, após a dureza do sofrido na prisão", escreveu Khodorkovski em seu portal na internet. "A libertação dos presos torna o poder um pouco mais humano", destacou.

Alguns interpretam estas três libertações como uma tentativa de melhorar a imagem da Rússia com vistas aos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi, em fevereiro de 2014.

Ao contrário de Khodorkovsi, as duas jovens músicas pediram o boicote dos Jogos de Sochi, cidade situada no Cáucaso russo.

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