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Por que nem uma supermodelo poderia vender saladas hoje?

Apenas 4,8 por cento dos almoços em restaurantes inclui uma salada como prato principal, quase a metade da quantidade de 1989

Um prato de salada espera para ser servido em um restaurante de Louisville, no Kentucky (Luke Sharrett/Bloomberg)

Um prato de salada espera para ser servido em um restaurante de Louisville, no Kentucky (Luke Sharrett/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 25 de julho de 2014 às 10h59.

Nova York - Depois de transformar em um sucesso sua moderna rede de restaurantes de saladas, com sede em Nova York, Nick Marsh, CEO da Chop’t, está determinado a expandi-la pelos EUA.

A dificuldade será convencer novamente os americanos médios de que comer salada é uma coisa legal.

O consumo de salada caiu regularmente desde a década de 1980, marcada por uma loucura pela malhação, quando a modelo Elle MacPherson fazia propaganda para o bufê de salada da Burger King e Richard Simmons apresentava um molho em spray.

Apenas 4,8 por cento dos almoços em restaurantes inclui uma salada como prato principal, quase a metade da quantidade de 1989, de acordo com a empresa de pesquisa NPD Group.

“Nós realmente tivemos que mudar a concepção das pessoas sobre o que era uma salada” quando a Chop’t abriu suas portas há 12 anos e “recrutou” comensais com um prato com carne, cebolas fritas e queijo azul, disse Marsh em entrevista.

“No futuro imediato, a Chop’t tem a oportunidade de estar em muitos mais lugares”.

Embora os clientes das zonas litorâneas dos EUA tenham adotado as novas saladas, uma pesquisa da NPD mostra que muitos americanos preferem sanduíches e estão mais inclinados a comer batatinhas ou outros salgadinhos industrializados do que uma salada como guarnição.

Apesar das gôndolas dos supermercados estarem repletas de caixas de rúcula ou espinafre, práticas e já lavadas, o consumo familiar de salada quase não cresce, de acordo com a NPD.

Os nascidos entre 1945 e 1964 estão sendo mais indulgentes com a comida à medida que envelhecem e a Geração Y prefere um cardápio que inclua itens da moda, como couve refogada e sucos de hortaliças.

“Muitas pessoas acham que salada é comida de passarinho e se perguntam como poderiam se satisfazer com um pratinho de alface, mesmo se ele for muito bonito”, disse Kate Taylor, autora do blog sobre comidas Cookie Kate.

“Nós nos acostumamos com os pratos de comida gigantes”.

Decoração contemporânea

A Geração Y “busca decoração, atmosfera e ambientação contemporâneas, combinadas com ingredientes de qualidade”, disse Darren Tristano, analista da Technomic Inc. em Chicago.

E, o que é mais importante, cada geração define a saúde a seu modo. Na década de 1980, o foco estava em evitar substâncias nocivas; hoje, em adicionar ingredientes saudáveis, disse Harry Balzer, analista da NPD.

Fazer com que as saladas voltem a entrar na moda agora está nas mãos de uma nova geração de restaurantes, como Sweetgreen, Fresh e Chop’t, onde jovens profissionais fazem fila para comprar uma refeição rápida e saudável.

As saladas são preparadas pelos funcionários do balcão – aqui nenhum cliente mete a mão na comida – e geralmente há outras opções, como uma massa de trigo ou vegetais grelhados.

Ingredientes frescos

A Chop’t está aproveitando uma grande onda de consumidores em direção aos restaurantes de comida rápida e informal, tipificados pela Chipotle Mexican Grill.

Eles tendem a ser mais sofisticados e a ter maior foco em ingredientes frescos do que as lanchonetes de comida rápida, apesar de não terem serviço de garçons.

Os restaurantes de serviço completo, com ou sem foco nas saladas, estão sofrendo.

“As pessoas já não se sentam para comer como faziam antes”, disse Peter Saleh, analista da Telsey Advisory Group.

Os restaurantes de comida rápida e informal estão superando as lanchonetes de comida rápida e serão responsáveis por 15 por cento do setor nos EUA dentro de 30 anos, 4 por cento a mais que atualmente, de acordo com a Sanford C. Bernstein.

Mesmo assim, as redes tradicionais de comida rápida continuam dominando grande parte do país e as verduras de folhas não se saem muito bem neles.

As saladas não chegam a mais de 3 por cento das vendas da McDonald’s nos EUA, disse o CEO Donald Thompson no ano passado.

As modas alimentares tendem a começar no litoral e ir em direção ao centro do país, então as redes de saladas de Nova York e da Califórnia poderiam acabar chegando ao resto do país.

Antes, no entanto, muitos clientes terão que parar de achar que salada é comida de dieta.

“A salada tem uma espécie de má reputação”, disse Tara O’Brady, autora do blog Seven Spoons.

“Lembro dos comerciais em que quem comia salada eram as mulheres, porque elas queriam perder peso. Não era uma coisa gostosa”.

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