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Perto dos 90 anos, Giorgio Armani não descarta abrir capital ou possível fusão

Conglomerados franceses ganharam força no mercado de luxo nos últimos anos

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 22 de abril de 2024 às 06h37.

Três meses antes de seu aniversário de 90 anos, Giorgio Armani sugere possíveis grandes mudanças em seu império da moda italiana quando ele não estiver mais no comando.

Segundo a Bloomberg, depois de lutar por anos para manter a independência de sua empresa em meio às fusões que aconteceram no setor de luxo, o bilionário italiano já não descarta a possibilidade de um dia se associar a uma rival ou até mesmo abrir o capital na bolsa de valores.

"A independência em relação a grandes grupos ainda pode ser um valor determinante para o Armani Group no futuro, mas não acho que posso descartar nada", disse Armani. "O que sempre caracterizou o sucesso do meu trabalho foi a capacidade de me adaptar aos tempos de mudança", falou à Bloomberg.

Armani, que passou de vitrinista de Milão a criador de uma das marcas de luxo mais famosas do mundo, sempre manteve controle rígido ao longo do caminho  de sua empresa e deu poucas dicas sobre o que aconteceria quando ele saísse de cena.

"No momento, não imagino uma aquisição por um grande conglomerado de luxo", contou Armani."Mas, como eu disse, não quero excluir nada a priori", adiantou.

O italiano também não descartou abrir o capital de sua empresa na bolsa. "A listagem é algo que ainda não discutimos, mas é uma opção que pode ser considerada, esperamos que em um futuro distante", disse Armani.

A incerteza sobre o futuro é comum no setor de luxo italiano, onde muitas empresas ainda são independentes e de controle familiar - incluindo Salvatore Ferragamo, Prada, Moncler e Ermenegildo Zegna NV - e todas não têm a escala das poderosas rivais francesas LVMH Moet Hennessy Louis Vuitton e Kering.

Nos últimos 20 anos, algumas empresas italianas de luxo optaram por serem vendidas para os franceses. Bernard Arnault, acionista controlador da LVMH que construiu sua enorme fortuna acumulando cerca de 75 marcas, adquiriu várias marcas italianas, incluindo Fendi, Loro Piana e a joalheria Bulgari. A rival Kering é proprietária da Gucci e tem uma participação de 30% na Maison Valentino.

Giorgio Armani, que controla praticamente a empresa toda, tem um patrimônio líquido de US$ 6,6 bilhões, de acordo com o Bloomberg Billionaires Index.

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