Casual

Paul McCartney lança seu 17º álbum solo

Aos 76 anos cantor reforça o otimismo e a importância do pacifismo em suas músicas

Paul McCartney: "Egypt Station" é seu 17º álbum solo (Aurelien Guichard/Flickr)

Paul McCartney: "Egypt Station" é seu 17º álbum solo (Aurelien Guichard/Flickr)

A

AFP

Publicado em 6 de setembro de 2018 às 17h19.

Última atualização em 6 de setembro de 2018 às 17h21.

Paul McCartney, uma das últimas lendas vivas do pop, está longe de uma aposentadoria cômoda e aprazível: nesta sexta-feira, ele lança "Egypt Station", seu 17º álbum solo.

Aos 76 anos mostra uma confiança absoluta no som que o define há décadas, mas também uma clara disposição a se renovar.

"I used to drink so much / Forgot to come home / I lied to my doctor / But these days I don't / 'Cause I'm happy with you / I got lots of good things to do" ("Eu costumava beber tanto / Me esquecia de voltar para casa / Mentia para meu médico / Mas agora não faço isso / Porque estou feliz com você / Tenho muitas coisas boas para fazer"), canta McCartney, que foi casado três vezes, em "Happy with you", uma das 16 faixas do álbum.

Seu otimismo se estende para além de sua vida. "Despite Repeated Warnings" é uma parábola de sete minutos e quatro melodias diferentes sobre a luta contra a mudanças climáticas e seus detratores, como Donald Trump.

"The engine's going to blow and we're going to be left down below" ("O motor vai explodir e vão nos abandonar ali embaixo"), adverte o cantor britânico, antes de que se ouçam repetidos gritos de "Yes, we can do it" ("Sim, nós podemos fazer isso").

Novos caminhos

Parte de "Egypt station" se apoia no legado dos Beatles, como "Do It Now", "Fuh You" ou "Hunt You Down Naked Clink", mas o álbum não deixa entrever uma ponta de nostalgia.

Isso porque a música toma direções inesperadas: McCartney brama como um expoente do hard rock em "Caesar Rock". E o mais surpreendente, recorre a assovios, gritos e efeitos da voz eletrônica típicos do pop-rock dos Millennials em "Fuh You".

Esta contém, além disso, uma das letras mais banais do álbum: "Want a love that's so proud and real / You make me want to go out and steal" ("Quero um amor orgulhoso e real / Você me faz querer sair e roubar").

A canção foi produzida por Ryan Tedder, o cantor de OneRepublic, enquanto a maior parte do álbum foi supervisionada por Greg Kurstin, conhecido sobretudo por ter coescrito a célebre balada de Adele "Hello".

"Back in Brazil"

"Egypt Station" é o primeiro álbum em cinco anos de McCartney, que regressa à arena internacional com um vigor renovado e uma turnê prevista para 2019.

Seu trabalho não tem nenhuma conexão explícita com o Egito apesar do título, escolhido como uma metáfora de uma viagem exótica e distante.

O cantor, mais conhecido por sua fascinação pela Índia, explicou que considera seu álbum como um diário de viagem, não só geográfico, mas também metafísico.

O álbum começa com um som de trem antes do "I don't know", a faixa favorita do cantor, uma balada sobre as dúvidas que surgem em uma relação.

"Back in Brazil", uma das apostas do álbum, é um tributo sutil à música do país.

Em "People Want Peace," McCartney insiste na mensagem pacifista herdada dos Beatles, mas com uma produção do século XXI, com baterias ressoantes.

"The message is simple / It's straight from my heart / And I know that you've heard it before" (A mensagem é simples / Vem direto do meu coração / E eu sei que você já a ouviu antes"), afirma na canção, acrescentando: "I'm not quitting while people are crying for more" ("Não vou desistir enquanto as pessoas estejam pedindo mais").

Acompanhe tudo sobre:CulturaPaul McCartneyThe Beatles

Mais de Casual

Sexy repaginado: Calendário Pirelli traz nudez de volta às páginas — e dessa vez, não só a feminina

12 restaurantes que inauguraram em 2024 em São Paulo

João Fonseca bate Van Assche e vai à final do Next Gen Finals

Guia de verão no Rio: dicas de passeios, praias, bares e novidades da estação