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'Passaportes de saúde' entram em vigor na França

Comprovante de vacinação ou teste de covid-19 negativo devem ser apresentador para frequentar cinemas, museus ou instalações esportivas

França: o país vive a quarta onda de infecções por coronavírus, declarou o governo. (Pascal Le Segretain/Getty Images)
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AFP

Publicado em 22 de julho de 2021 às 07h00.

Última atualização em 22 de julho de 2021 às 08h27.

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Os franceses devem apresentar a partir desta quarta-feira (21) o comprovante de vacinação ou teste de covid-19 negativo para ir a cinemas, museus ou instalações esportivas, em decorrência de um aumento de 140% nas infecções em uma semana.

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“Estamos na quarta onda” da epidemia, reconheceu o primeiro-ministro Jean Castex à rede de televisão TF1, lançando “um desafio coletivo” à população para que “alcancemos oito milhões de vacinações” administradas nas próximas duas semanas.

No início dos debates na Assembleia Nacional sobre o projeto de lei que amplia o passaporte sanitário e estabelece a vacinação obrigatória para profissionais de saúde, o ministro da Saúde Olivier Véran destacou "a gravidade da situação", informando que 21 mil franceses foram contaminados nas últimas 24 horas, um número maior que o do dia anterior (18.000).

É a primeira vez, desde o início de maio, que o limite de 20.000 contaminações diárias é ultrapassado.

O primeiro-ministro destacou que 96% das pessoas contaminadas registadas na terça-feira não foram vacinadas.

Agora, a meta do governo é chegar a 50 milhões de vacinados até o final de agosto e não mais a 40 milhões, graças à abertura de 5 milhões de novos agendamentos para os próximos “15 dias”.

Vigilância

Desde quarta-feira de manhã, este documento de saúde é obrigatório em locais de entretenimento e cultura que reúnem mais de 50 pessoas. A lotação anterior era de 1.000 pessoas.

Foi acordada uma tolerância de "uma semana" para conscientização, segundo o primeiro-ministro. Em seguida, será "o momento das sanções".

No início de agosto, os responsáveis pelos estabelecimentos culturais, assim como cafés e restaurantes, terão que controlar a entrada. No entanto, segundo Jean Castex, não caberá a eles "verificar a identidade" das pessoas que apresentarem o passaporte ou o exame.

Esses controles se anunciam complicados. Como fazer, por exemplo, em uma sala de cinema “quando os 1.200 espectadores chegam 15 minutos antes e leva-se de 20 a 25 segundos para verificar cada pessoa?”, questiona Richard Patry, presidente da Federação Nacional dos Cinemas Franceses.

“Estamos satisfeitos por não termos que fazer verificações de identidade”, reagiu Didier Chenet, seu homólogo do sindicato dos empregadores de hotéis-restaurantes (GNI).

A situação é particularmente incerta para as discotecas, um terço das quais acaba de abrir e que estão "sob forte vigilância", de acordo com Jean Castex.

Debate tenso

Os deputados iniciaram em clima tenso a análise do projeto de lei das novas medidas, visando sua rápida aprovação. Mais de 1.100 emendas foram apresentadas para uma sessão que deve ser longa.

A direita sugeriu incerteza sobre o seu voto, mas sem se permitir ser acusada de falta de responsabilidade.

A oposição ao texto é mais aberta por parte da esquerda e a extrema direita disse que votará contra.

No plano sanitário, o impacto que a quarta onda terá no sistema hospitalar ainda não é muito claro, reconheceu Véran, considerando que atinge principalmente os jovens.

Mas “já registramos um aumento por dez dias consecutivos no número de internações” devido à covid, alertou o ministro da Saúde.

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