Casual

O que os CEOs fazem no seu tempo livre

Pedalar, ler poesia, ouvir música eletrônica: executivos de empresas como Renner, Alpargatas, Adidas, Reserva e Cartier contam seus gostos e hábitos no podcast Casual Exame

Flavia Bittencourt: corrida seis vezes por semana (Leandro Fonseca/Exame)

Flavia Bittencourt: corrida seis vezes por semana (Leandro Fonseca/Exame)

Ivan Padilla

Ivan Padilla

Publicado em 12 de julho de 2021 às 14h00.

Última atualização em 19 de julho de 2021 às 18h49.

Há quem se pergunte o que os CEOs fazem no seu tempo livre. Obviamente, executivos e empresários não formam um grupo homogêneo e diferem muito em seus gostos. Um hábito, no entanto, eles parecem ter em comum. Ao contrário de seus pares de décadas anteriores, são bastante ativos e adeptos de práticas esportivas, por lazer ou mesmo para competição.

Diretores de grandes empresas e empreendedores contam seus hobbies e atividades fora da rotina do escritório no podcast Casual Exame, que você pode ouvir no Spotify. Sempre em tom informal, eles falam nesse espaço que esportes praticam, o que leem, assistem, gostam de comer, seus destinos preferidos de viagem, como gostam de se vestir.

A vida casual de um empresário reflete suas crenças, visões, metas. Mais ainda, seus hábitos ajudam no foco e no planejamento de suas carreiras. Por isso o esporte tem ganhado tanta importância no segmento corporativo.

Corrida seis vezes por semana

Flávia Bittencourt divide sua jornada profissional entre o posto de CEO da Adidas no Brasil e as cadeiras nos conselhos de administração da BRF, da TIM Brasil e da Lojas Marisa, sem contar os cuidados e os afazeres com os quatro filhos. Ainda assim, ela conta que encontra tempo para correr seis vezes por semana e ainda jogar tênis aos sábados e domingos. Quando sobra algum tempo, costuma ler livros de Jim Collins, como Feitas para Durar e Empresas Feitas para Vencer, que ensinam a importância da disciplina.

Alexandre Frankel, fundador da construtora Vitacom, pratica triatlo em uma academia montada em casa. De duas horas a duas horas e meia por dia, dia sim, dia também. Caseiro, não gosta de viajar e é bastante disciplinado com alimentação. Não bebe álcool.

O ciclismo definitivamente é um esporte em alta no meio empresarial. Roberto Funari, CEO da Alpargatas, gosta de pedalar principalmente aos finais de semana, no interior de São Paulo. Na garagem de sua casa tem seis ou sete bicicletas. No home office durante a pandemia, trabalhava de casa de Havaianas, claro.

Camiseta preta

A cor preta é a favorita entre os empreendedores. Gustavo Caetano, fundador da plataforma de ensino SambaTech, só usa camiseta preta, principalmente da marca Reserva, da qual é embaixador. Caetano gosta de colecionar desenhos e gravuras raros. Uma de suas mais recentes aquisições foram drafts do Star Wars, as cenas do filme, assinados por Stan Lee.

O fundador da Reserva, Rony Meisler, compartilha o gosto pelo look dark. No dia a dia, só usa camiseta e calça pretas. A sombria monocromia é quebrada por sneakers coloridos. Meisler corre na esteira, quatro vezes por semana, em períodos de 45 a 50 minutos. É o tempo médio de um episódio de série. Ele gostou de Dark e amou Arremesso Final, que narra o último título do Chicago Bulls de Michael Jordan.

Bittencourt, da Adidas, usa roupas esportivas, mas sua roupa preferida qual é? Vestido preto. Já a incensada investidora anjo Camila Farani, uma das estrelas do programa Shark Tank, gosta dos figurinos mais sofisticados de Peaky Bkinders, série da qual é fã. Para entrar em forma, pratica beach tênis. Para as férias, prefere retiro completo, em spas e pousadas isoladas, sem conexão.

Gustavo Cerbasi, autor do livro Casais Inteligentes Enriquecem Juntos, é um fanático por velocidade. Seu objeto de desejo é um simulador de pilotagem. Ele ainda não adquiriu o seu, não por falta de recursos, mas por medo mesmo de viciar e deixar as obrigações em segundo plano. Ele também gosta de quebra-cabeça, assim como Gustavo Caetano.

Hábitos internacionais

Muitos executivos entrevistados no programa viajaram o mundo como expatriados. Os períodos fora do país moldaram gostos e hábitos. Roberto Funari, da Alpargatas, morou na Holanda, África do Sul, Alemanha, Inglaterra, Singapura e novamente Inglaterra. Do período na Ásia adquiriu gosto pela culinária, de comidas de rua à gastronomia fusion entre tailandesa e indiana.

Ricardo Dias, que fez carreira na Ambev e hoje dirige a agência Adventures, passou 15 anos fora do Brasil, entre Canadá, México, China, Estados Unidos e Inglaterra. Sua filha mais velha, de 9 anos, nasceu em Xangai, e a mais nova, de 6, em Nova York. Dias gosta de dançar, adora a cena eletrônica brasileira e é fã do DJ Alok. Também costuma pedalar em uma Peloton e faz aulas online de ciclismo. Sauna é sua terapia, sua religião. Sua roupa preferida, vejam só, é camiseta preta

Samantha Almeida, a liderança do Twitter Next Brasil, área dedicada ao desenvolvimento de estratégias, campanhas e novos formatos para anunciantes do Twitter, gosta mesmo é de roupas coloridas. O estilista Isaac Silva, que costuma resgatar tradições brasileiras, é seu preferido. Ela é a exceção entre os entrevistados do podcast até agora: não tem feito esportes, mas planeja retomar.

Sergio Gordilho, Co-CEO da Africa, se apoiou na poesia na quarentena, de Ariano Suassuna a Itamar Vieira. Ele gosta de tênis e sapatos, sem se apegar a marcas. “Sou fiel a transições”, afirma. Sua gastronomia preferida é baiana – ele nasceu em Salvador. “Tenho necessidade biológica de dendê”, diz. Também adora comida mexicana, por tirar  o máximo do sabor da riqueza dos ingredientes.

Surfe e vela

A consultora financeira de baixa renda Nath Finanças usufrui dos ensinamentos que passa. Hoje, consegue fazer terapia uma vez por semana. “Antes não podia pagar”, diz. Adora comida peruana, que conheceu em sua primeira viagem internacional.

Fabio Faccio, presidente da Renner, gosta de velejar. Ele aproveita as viagens a trabalho nas praças onde a varejista tem loja, como o Rio de Janeiro, para praticar a modalidade. Gosta de atuar como DJ e toca nas festas de fim de ano da empresa. Adepto de mindfulness, implementou a prática nas reuniões diárias com a diretoria. Um de seus livros favoritos é O Clube das Cinco da Manhã, de Robin Sharma, que fala do hábito de madrugar de executivos e empresários como Tim Cook e Jeff Bezos.

Constantino Bittencourt, sócio-diretor do grupo Fasano, voltou a surfar, hábito da adolescência. Um de seus destinos preferidos de viagem é a Costa Rica. Também gosta de poesia e é fã comida italiana. “O que o Rogerio Fasano fez pela gastronomia italiana não tem igual”, diz, sobre seu sócio.

Gustavo Burnier é diretor-geral da Designit, uma consultoria de inovação que usa metodologias de design estratégico para solucionar problemas e encontrar oportunidades para empresas, em Londres. Recentemente, ele realizou um sonho: comprar uma Kombi. O pai, que aprendeu a dirigir em uma Kombi, é quem cuida dela no Brasil.

O francês Maxime Tarneaud, gerente geral da Cartier no Brasil, não está entre os adeptos da camiseta preta. Elegante, gosta de se vestir de modo mais formal e joga tênis sempre que pode. Com os filhos, nascidos no Brasil, gosta de ouvir a dupla Anavitoria.

Sandra Chayo, diretora de marketing e estilo do grupo Hope, gosta de correr e praticar yoga. Seu tempo livre, no entanto, tem sido empregado em uma atividade bastante diversa: ajudar a escrever a biografia do pai, Nissim Hara, fundador do grupo, falecido em janeiro do ano passado.

 

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