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O fenômeno "Avenida Brasil" aplaudido pela nova classe média

Barulhentos, sem modos, mas trabalhadores alegres e solidários: assim são as personagens de "Avenida Brasil"


	Avenida Brasil: o fenômeno "Avenida Brasil" também é comprovado pela repercussão nas redes sociais, onde cada capítulo domina os "trend topics"
 (Reprodução)

Avenida Brasil: o fenômeno "Avenida Brasil" também é comprovado pela repercussão nas redes sociais, onde cada capítulo domina os "trend topics" (Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 18 de outubro de 2012 às 17h19.

Rio de Janeiro - Campeã de audiência e verdadeiro fenômeno nas ruas e nas redes sociais, a novela "Avenida Brasil" sai do ar nesta sexta-feira, mas com certeza deve entrar para a história do gênero como a primeira produção da teledramaturgia tupiniquim a centrar sua trama na chamada nova classe média brasileira.

Barulhentos, sem modos, mas trabalhadores alegres e solidários: assim são as personagens de "Avenida Brasil", espelho dos milhões de brasileiros que saíram da pobreza e que claramente aprovaram sua caracterização nesta obra de ficção que leva diariamente 38 milhões de pessoas para a frente da tv.

Em seus últimos dias no ar, a criação de João Emanuel Carneiro virou tema obrigatório nas conversas até mesmo das poucas pessoas que não acompanham a trama. Artistas retardam o início de seus shows, compromissos são marcados para depois da exibição do capítulo e até os motoristas de taxi acompanham a trama no próprio carro.

A febre de "Avenida Brasil" alterou, inclusive, a agenda da presidente Dilma Rousseff, que mudou a data de um comício de apoio ao candidato do PT à Prefeitura de São Paulo para que não coincidisse com o último capítulo da novela.

Dilma também participará nesta sexta em outro comício em Salvador, mas o evento deverá terminar antes do início da telenovela. E, para evitar a dispersão dos partidários o PT, decidiu instalar no local um telão para que o último capítulo possa ser acompanhado.

Esta é a novela mais comentada dos últimos anos e a população incorporou as expressões e trejeitos dos personagens da história. Nos estádios, quando um time joga mal, a torcida costuma gritar o nome do Divino Futebol Clube, o time fictício de terceira divisão da novela.

Para criar a trama, João Emanuel Carneiro disse ter se inspirado na chamada "classe C", que representa quase 55% dos 195 milhões de habitantes do país, sexta economia do mundo.


As fileiras da classe C foram engrossadas com as políticas sociais do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), que tirou mais de 40 milhões de pessoas da pobreza.

"Foi uma grande ideia centrar a novela na classe média emergente. É o reflexo do novo Brasil, das famílias que ascenderam, conseguiram dinheiro, mas que não necessariamente têm boa educação", explicou à AFP o sociólogo Geraldo Tadeu, do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio (Iuperj).

A vingança de Nina contra a vilã Carminha constitui o elo condutor da trama, mas são os novos ricos, com seus exageros e sua espontaneidade que são a base e atração maior.

A novela também reflete a vida do pequeno empresário, como Monalisa, batalhadora dona de uma rede de salões de beleza, e do trabalhador comum.

"É uma classe emergente, que está consumindo e tem orgulho do que é, e isto é muito importante", afirma Mauro Alencar, especialista em teledramaturgia brasileira, em uma recente entrevista à Globo News.

O fenômeno "Avenida Brasil" também é comprovado pela repercussão nas redes sociais, onde cada capítulo domina os "trend topics".

"As redes sociais não roubam audiência, e sim potencializam a comunhão que existe entre o público e a novela. É delicioso acompanhar ao mesmo tempo a novela e os comentários no Facebook e Twitter", comenta o diretor da novela, Ricardo Waddington, falando ao jornal O Dia.

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