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Museus de SP batem recorde em 2014

Os 10 museus mais visitados de São Paulo ultrapassaram a marca de 3 milhões de ingressos, parte disso devido a Copa do Mundo e um orçamento gordo

Escultura de Ron Mueck na Pinacoteca, em São Paulo: 3.203.821 pessoas passaram pelos 10 museus mais visitados de SP ao longo do ano passado (Robson Fernandjes / Fotos Públicas)
DR

Da Redação

Publicado em 4 de abril de 2015 às 11h04.

Os turistas que vieram para a Copa do Mundo e um orçamento gordo - que garantiu a montagem de megaexposições - são algumas possíveis explicações para um recorde batido em 2014: pela primeira vez, os 10 museus mais visitados de São Paulo ultrapassaram a marca de 3 milhões de ingressos.

O número exato: 3.203.821 pessoas passaram por essas dez instituições ao longo do ano passado.

No topo do ranking aparece o Museu da Imagem e do Som (MIS) - que arrebanhou multidões no ano passado com a exposição do seriado Castelo Rá-Tim-Bum -, seguido pelo Catavento, sempre cheio de crianças em excursões escolares, e pela Pinacoteca do Estado - que trouxe a disputada mostra do artista plástico Ron Mueck.

O levantamento foi feito pelo Observatório de Turismo e Eventos, núcleo de estudos e pesquisas da SPTuris, empresa de turismo e eventos de São Paulo, com base nos números de visitação de todos os 101 museus em funcionamento na cidade. E é um retrato consolidado do fenômeno recentemente visto nos museus paulistanos: mostras de caráter mais pop e filas, longas filas nos arredores.

"A gente analisou esses números de visitação e concluiu que as exposições temporárias são catalisadoras de visitas", comenta o coordenador da pesquisa, Fabio Montanheiro.

A má notícia é que esse recorde deve custar muito para ser ultrapassado. A ausência de um grande evento neste ano não deve trazer tantos turistas para a cidade. Ao mesmo tempo, o cenário é de crise, com cortes orçamentários na área cultural. "Com isso, nossa programação está menos ambiciosa e 2015 será um ano diferente", prevê o diretor do MIS, André Sturm. A instituição, que tinha um orçamento médio anual de R$ 10 milhões ao longo dos últimos anos, terá de trabalhar em 2015 com R$ 2,6 milhões a menos, segundo o próprio Sturm.

A SPTuris confirma esse discurso de, digamos, "recessão das bilheterias". Mas aproveita para dar um conselho para os dirigentes dos museus. "Muitas exposições temporárias são de obras que vêm do exterior e promover uma exposição com essas obras tem a influência do câmbio. Realmente fica caro", afirma Montanheiro. "Mas os diretores de museus devem aproveitar o bom momento que os museus viveram, com esse recorde de visitação, e ampliar a divulgação dos seus arquivos fixos, que merecem ser visitados não só pelos turistas, mas por quem mora em São Paulo. É um campo a ser explorado."

Dedicação

De certa forma, é o que já faz o Catavento, segundo colocado no ranking de 2014. Sem apostar em grandes mostras temporárias, esse museu científico para crianças e adolescentes tem instalações interativas e, quase sempre, permanentes. "Nosso bom desempenho é fruto da dedicação, em seis anos de existência, na divulgação das ciências", explica a coordenadora do Educativo da instituição, Ana Rita Carlos Lima.

Em terceiro lugar no ranking, a Pinacoteca credita os bons números à arte de qualidade e à diversidade da programação. "Além das mostras permanentes, em 2014 mais de 20 exposições temporárias de artistas brasileiros e internacionais passaram por aqui", argumenta o diretor de Relações Institucionais do museu, Paulo Vicelli. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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O número exato: 3.203.821 pessoas passaram por essas dez instituições ao longo do ano passado.

No topo do ranking aparece o Museu da Imagem e do Som (MIS) - que arrebanhou multidões no ano passado com a exposição do seriado Castelo Rá-Tim-Bum -, seguido pelo Catavento, sempre cheio de crianças em excursões escolares, e pela Pinacoteca do Estado - que trouxe a disputada mostra do artista plástico Ron Mueck.

O levantamento foi feito pelo Observatório de Turismo e Eventos, núcleo de estudos e pesquisas da SPTuris, empresa de turismo e eventos de São Paulo, com base nos números de visitação de todos os 101 museus em funcionamento na cidade. E é um retrato consolidado do fenômeno recentemente visto nos museus paulistanos: mostras de caráter mais pop e filas, longas filas nos arredores.

"A gente analisou esses números de visitação e concluiu que as exposições temporárias são catalisadoras de visitas", comenta o coordenador da pesquisa, Fabio Montanheiro.

A má notícia é que esse recorde deve custar muito para ser ultrapassado. A ausência de um grande evento neste ano não deve trazer tantos turistas para a cidade. Ao mesmo tempo, o cenário é de crise, com cortes orçamentários na área cultural. "Com isso, nossa programação está menos ambiciosa e 2015 será um ano diferente", prevê o diretor do MIS, André Sturm. A instituição, que tinha um orçamento médio anual de R$ 10 milhões ao longo dos últimos anos, terá de trabalhar em 2015 com R$ 2,6 milhões a menos, segundo o próprio Sturm.

A SPTuris confirma esse discurso de, digamos, "recessão das bilheterias". Mas aproveita para dar um conselho para os dirigentes dos museus. "Muitas exposições temporárias são de obras que vêm do exterior e promover uma exposição com essas obras tem a influência do câmbio. Realmente fica caro", afirma Montanheiro. "Mas os diretores de museus devem aproveitar o bom momento que os museus viveram, com esse recorde de visitação, e ampliar a divulgação dos seus arquivos fixos, que merecem ser visitados não só pelos turistas, mas por quem mora em São Paulo. É um campo a ser explorado."

Dedicação

De certa forma, é o que já faz o Catavento, segundo colocado no ranking de 2014. Sem apostar em grandes mostras temporárias, esse museu científico para crianças e adolescentes tem instalações interativas e, quase sempre, permanentes. "Nosso bom desempenho é fruto da dedicação, em seis anos de existência, na divulgação das ciências", explica a coordenadora do Educativo da instituição, Ana Rita Carlos Lima.

Em terceiro lugar no ranking, a Pinacoteca credita os bons números à arte de qualidade e à diversidade da programação. "Além das mostras permanentes, em 2014 mais de 20 exposições temporárias de artistas brasileiros e internacionais passaram por aqui", argumenta o diretor de Relações Institucionais do museu, Paulo Vicelli. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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