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Morre Oscar Niemeyer, o maior arquiteto nascido no Brasil

Niemeyer estava com 104 anos e fora sedado devido a uma infecção respiratória

Oscar Niemeyer, arquiteto (Leonardo Marinho / Contigo)
DR

Da Redação

Publicado em 6 de dezembro de 2012 às 09h37.

São Paulo – O arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer morreu hoje, aos 104 anos. Ele deixa um legado sem precedentes para o Brasil e para o mundo, sendo grande referência da arquitetura moderna internacional.

Nascido em 15 de dezembro de 1907, no Rio de Janeiro, o arquiteto era filho de Oscar de Niemeyer Soares e Delfina Ribeiro de Almeida e neto do ministro do Supremo Tribunal Federal Antônio Augusto Ribeiro de Almeida. Durante a juventude, viveu uma vida boêmia que durou até os 21 anos, quando se casou com Anita Baldo, de 18. O casamento gerou uma filha, Anna Maria Niemeyer, que morreu em junho de 2012 aos 82 anos.

Diante das responsabilidades de homem de família, Niemeyer passou a trabalhar na tipografia de seu pai e, em 1929, entrou para a Escola Nacional de Belas Artes para, cinco anos depois, se tornar arquiteto e engenheiro. Antes de se tornar referência na área, o carioca chegou a trabalhar sem receber salário no escritório de Lúcio Costa e Carlos Leão, onde ele tinha possibilidade de fazer obras fora do conceito convencional da época.

O primeiro projeto assinado por Niemeyer que saiu do papel foi a Obra do Berço, de 1937, construída no Rio de Janeiro. O desenho apresentou elementos típicos da arquitetura moderna e, mesmo sem ter recebido pelo trabalho, o arquiteto pagou pelo conserto de uma parte que havia sido mal feita, já que não estava presente no momento da construção.

Em 1936, participou da equipe que criou o Ministério da Educação e Saúde, inaugurado em 1943, considerado o primeiro marco da arquitetura moderna no Brasil. O projeto foi assessorado pelo arquiteto franco-suíço Le Corbusier e também contou com a participação de Affonso Eduardo Reidy, Ernani Vasconcellos, Jorge Moreira e Carlos Leão.


A projeção internacional de Niemeyer teve início quando, ainda estagiário do escritório de Carlos Leão e Lúcio Costa, viajou com o último para projetar o Pavilhão Brasileiro na Feira Mundial de Nova York, de 1939-1940. Na mesma cidade, ele também fez a Sede da Organização das Nações Unidas (ONU), inaugurada em 1947. Já consolidado como grande arquiteto, ele foi incumbido de projetar o Conjunto Arquitetônico da Pampulha, em Belo Horizonte. A encomenda foi feita pelo ex-presidente Juscelino Kubitschek, então prefeito da cidade.

Essa parceria voltou a se repetir no final dos anos 50, quando foi convidado pelo governante para desenhar diversos prédios de Brasília, entre eles o Edifício do Congresso Nacional, a Catedral de Brasília, o Palácio da Alvorada, o Palácio do Planalto e os prédios de ministérios. Um pouco antes, na mesma década, ele também criou os prédios do Parque do Ibirapuera e o edifício Copan, em São Paulo, e a Casa das Canoas, no Rio, onde funciona parte da Fundação Oscar Niemeyer.

Seu trabalho no exterior ganhou novas proporções quando, em 1966, se exila na França, devido ao regime militar instaurado no Brasil, que o perseguiu devido a seu apoio declarado à causa comunista. Entre as décadas de 60 e 70, liderou um escritório em Paris e realizou projetos para clientes de várias nacionalidades. Entre seus frutos estão a Universidade de Constantine e a Mesquita de Argel, na Argélia, a sede do Partido Comunista Francês, em Paris, e a Editora Mondadori, na Itália.


Nos anos seguintes, ele construiu prédios em várias cidades, como o Sambódromo do Rio de Janeiro, o Memorial JK, em Brasília, o Memorial da América Latina e o Auditório Ibirapuera, em São Paulo, o Museu de Arte Contemporânea de Niterói, a Estação Cabo Branco, em João Pessoa, e a Cidade Administrativa de Minas Gerais, em Belo Horizonte.

Apesar dos altos orçamentos necessários para erguer suas obras, Oscar Niemeyer tentava seguir os princípios comunistas por meio da arquitetura. Seu objetivo era criar um mundo igualitário para todos. Em uma entrevista dada em 2007, ele revelou o desejo que teve em tantos anos de carreira e de vida: “Eu não quero nada além da felicidade geral”.

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Nascido em 15 de dezembro de 1907, no Rio de Janeiro, o arquiteto era filho de Oscar de Niemeyer Soares e Delfina Ribeiro de Almeida e neto do ministro do Supremo Tribunal Federal Antônio Augusto Ribeiro de Almeida. Durante a juventude, viveu uma vida boêmia que durou até os 21 anos, quando se casou com Anita Baldo, de 18. O casamento gerou uma filha, Anna Maria Niemeyer, que morreu em junho de 2012 aos 82 anos.

Diante das responsabilidades de homem de família, Niemeyer passou a trabalhar na tipografia de seu pai e, em 1929, entrou para a Escola Nacional de Belas Artes para, cinco anos depois, se tornar arquiteto e engenheiro. Antes de se tornar referência na área, o carioca chegou a trabalhar sem receber salário no escritório de Lúcio Costa e Carlos Leão, onde ele tinha possibilidade de fazer obras fora do conceito convencional da época.

O primeiro projeto assinado por Niemeyer que saiu do papel foi a Obra do Berço, de 1937, construída no Rio de Janeiro. O desenho apresentou elementos típicos da arquitetura moderna e, mesmo sem ter recebido pelo trabalho, o arquiteto pagou pelo conserto de uma parte que havia sido mal feita, já que não estava presente no momento da construção.

Em 1936, participou da equipe que criou o Ministério da Educação e Saúde, inaugurado em 1943, considerado o primeiro marco da arquitetura moderna no Brasil. O projeto foi assessorado pelo arquiteto franco-suíço Le Corbusier e também contou com a participação de Affonso Eduardo Reidy, Ernani Vasconcellos, Jorge Moreira e Carlos Leão.


A projeção internacional de Niemeyer teve início quando, ainda estagiário do escritório de Carlos Leão e Lúcio Costa, viajou com o último para projetar o Pavilhão Brasileiro na Feira Mundial de Nova York, de 1939-1940. Na mesma cidade, ele também fez a Sede da Organização das Nações Unidas (ONU), inaugurada em 1947. Já consolidado como grande arquiteto, ele foi incumbido de projetar o Conjunto Arquitetônico da Pampulha, em Belo Horizonte. A encomenda foi feita pelo ex-presidente Juscelino Kubitschek, então prefeito da cidade.

Essa parceria voltou a se repetir no final dos anos 50, quando foi convidado pelo governante para desenhar diversos prédios de Brasília, entre eles o Edifício do Congresso Nacional, a Catedral de Brasília, o Palácio da Alvorada, o Palácio do Planalto e os prédios de ministérios. Um pouco antes, na mesma década, ele também criou os prédios do Parque do Ibirapuera e o edifício Copan, em São Paulo, e a Casa das Canoas, no Rio, onde funciona parte da Fundação Oscar Niemeyer.

Seu trabalho no exterior ganhou novas proporções quando, em 1966, se exila na França, devido ao regime militar instaurado no Brasil, que o perseguiu devido a seu apoio declarado à causa comunista. Entre as décadas de 60 e 70, liderou um escritório em Paris e realizou projetos para clientes de várias nacionalidades. Entre seus frutos estão a Universidade de Constantine e a Mesquita de Argel, na Argélia, a sede do Partido Comunista Francês, em Paris, e a Editora Mondadori, na Itália.


Nos anos seguintes, ele construiu prédios em várias cidades, como o Sambódromo do Rio de Janeiro, o Memorial JK, em Brasília, o Memorial da América Latina e o Auditório Ibirapuera, em São Paulo, o Museu de Arte Contemporânea de Niterói, a Estação Cabo Branco, em João Pessoa, e a Cidade Administrativa de Minas Gerais, em Belo Horizonte.

Apesar dos altos orçamentos necessários para erguer suas obras, Oscar Niemeyer tentava seguir os princípios comunistas por meio da arquitetura. Seu objetivo era criar um mundo igualitário para todos. Em uma entrevista dada em 2007, ele revelou o desejo que teve em tantos anos de carreira e de vida: “Eu não quero nada além da felicidade geral”.

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