O velório está marcado para as 23 horas no Museu de Imagem e do Som (MIS), em São Paulo (Divulgação/MIS)
Da Redação
Publicado em 15 de junho de 2012 às 00h03.
São Paulo - O cineasta Carlos Reichenbach morreu nesta quinta-feira - dia em que completava aos 67 anos. O diretor de Dois Córregos e Garotas do ABC estava em sua casa em São Paulo quando passou mal e foi levado às pressas à Santa Casa.
De acordo com a assessoria de imprensa do diretor, ele sofreu um ataque cardíaco fulminante. Em 2001, o diretor havia sido internado no Incor, em São Paulo, quando recebeu uma veia mamária e duas pontes de safena. Ele sofria de insuficiência respiratória e, na época, fumava cerca de três maços de cigarro por dia. O velório está marcado para as 23 horas no Museu de Imagem e do Som (MIS), em São Paulo.
Um dos responsáveis pela chamada retomada do cinema nacional, no fim dos anos 90, Reichenbach dirigiu Dois Córregos (1999), filme que ajudou a consolidar a produção cinematográfica nacional depois da Era Collor que confiscou os mecanismos de incentivo cultural no país. A partir de 1995, foram criados novos métodos de incentivo baseados na isenção fiscal o que viabilizou a estreia de outros longas que marcaram esse período como Carlota Joaquina, Princesa do Brasil (1995), de Carla Camurati, O Que É Isso Companheiro? (1997), de Bruno Barreto, além da criação da Globo Filmes, em 1997.
Ao todo, Reichenbach dirigiu 22 filmes, sendo o primeiro o curta-metragem Esta Rua Tão Augusta (1968). O cenário urbano paulistano, inclusive, circundou a filmografia do diretor, que nasceu em Porto Alegre mas adotou São Paulo como sua cidade.
Nos anos 70, seus filmes integraram o movimento de vanguarda Cinema Marginal ao lado de produções de Rogério Sganzerla, José Mojica Marins, Ozualdo Candeias, entre outros frequentadores da Escola Superior de Cinema São Luiz, localizada no centro de São Paulo. Nesse período, ele lançou uma série de filmes autorais, como Viúvas Precisam de Consolo (1979), A Ilha dos Prazeres Proibidos (1979), A Mulher que Inventou o Amor (1979), entre outros. Assim como outros cineastas do Cinema Marginal, Reichenbach buscava exercer a contracultura através de produções desleixadas para denunciar o atraso cultural e político do país.
Os últimos filmes do cineasta foram Garotas do ABC (2003), Bens Confiscados (2004) e Falsa Loura (2007). Reichenbach deixa três filhos, uma neta e a mulher, Lygia Reichenbach.