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Morre Camões, o cachorro que inspirou Saramago

O escritor e sua esposa conviviam com três cachorros em sua casa de Lanzarote

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 2 de agosto de 2012 às 19h49.

Redação Central - Camões, o cachorro no qual o escritor português José Saramago se inspirou para criar ''O Achado'', o melhor aliado do oleiro protagonista de seu romance ''A Caverna'', morreu nesta quinta-feira em Lanzarote, informou a viúva do escritor, Pilar del Río, em um texto emocionado publicado na página da Fundação de mesmo nome do escritor.

''Morreu Camões, o cão que inspirou Saramago'', é o título dado por Pilar del Río em sua despedida ao animal, que chegou a seu lar de Lanzarote no mesmo tempo em que o escritor soube que tinha sido agraciado com o Prêmio Camões (1995).

''Entra, chegaste a tua casa. Assim entrou Camões na vida de José Saramago'', continua a viúva do prêmio Nobel de Literatura sobre este cachorro, ''doce e nobre'', que foi batizado como o grande poeta português e que sofreu com a morte do escritor em 2010.

O escritor e sua esposa conviviam com três cachorros em sua casa de Lanzarote: Pepe, um poodle; Greta, uma fêmea Yorkshire; e Camões, da raça conhecida como cão d''água, o único que ainda estava vivo, e como seus companheiros, recolhido da rua.

''Quando Camões apareceu por aqui, com seu pelo preto e a exclusiva gravata branca que o distingue de qualquer outro exemplar da espécie canina, todos os humanos de casa se pronunciaram sobre a suposta raça do recém chegado: um poodle. Fui o único que disse que poodle não era, mas cão d''água português'', escreveu em seu blog o romancista em fevereiro de 2009.

Em tal texto, Saramago falava deste animal, de seus atributos por causa de idade, de seus companheiros Pepe e Greta (''que já foram embora para o paraíso dos cachorros''), e brincava com a coincidência que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, tinha escolhido um cão d''água português para suas filhas. ''Novos tempo se aproximam'', dizia com ironia.


O autor se inspirou neste companheiro para criar ''O Achado'', o cachorro de honorável comportamento que aparece - também de repente - na casa do oleiro Cipriano Algor, protagonista de ''A Caverna'' (2000).

Mas este não é o único caso no qual os cães são portadores de mensagens nos livros do Prêmio Nobel de Literatura 1998, pois em ''Ensaio Sobre a Cegueira'', um cachorro bebe as lágrimas de uma mulher, um momento do qual o escritor se mostrava especialmente orgulhoso.

Em ''O Homem Duplicado'', Tomarctus salvará o protagonista do romance, Tertuliano Máximo Afonso, e em ''A Jangada de Pedra'', os cinco protagonistas encontram um cachorro que o escritor batizou como Constante (entre outras opções como Fiel, Piloto e Sentinela), por seu afã de acompanhar um dos personagens até o túmulo.

''Encontro nos cachorros mais humanidade que nos homens'', afirmou o autor português em 2003 no México, uma das ocasiões nas quais falou longamente sobre sua relação com os cães, e o papel que estes tiveram em seus romances.

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Redação Central - Camões, o cachorro no qual o escritor português José Saramago se inspirou para criar ''O Achado'', o melhor aliado do oleiro protagonista de seu romance ''A Caverna'', morreu nesta quinta-feira em Lanzarote, informou a viúva do escritor, Pilar del Río, em um texto emocionado publicado na página da Fundação de mesmo nome do escritor.

''Morreu Camões, o cão que inspirou Saramago'', é o título dado por Pilar del Río em sua despedida ao animal, que chegou a seu lar de Lanzarote no mesmo tempo em que o escritor soube que tinha sido agraciado com o Prêmio Camões (1995).

''Entra, chegaste a tua casa. Assim entrou Camões na vida de José Saramago'', continua a viúva do prêmio Nobel de Literatura sobre este cachorro, ''doce e nobre'', que foi batizado como o grande poeta português e que sofreu com a morte do escritor em 2010.

O escritor e sua esposa conviviam com três cachorros em sua casa de Lanzarote: Pepe, um poodle; Greta, uma fêmea Yorkshire; e Camões, da raça conhecida como cão d''água, o único que ainda estava vivo, e como seus companheiros, recolhido da rua.

''Quando Camões apareceu por aqui, com seu pelo preto e a exclusiva gravata branca que o distingue de qualquer outro exemplar da espécie canina, todos os humanos de casa se pronunciaram sobre a suposta raça do recém chegado: um poodle. Fui o único que disse que poodle não era, mas cão d''água português'', escreveu em seu blog o romancista em fevereiro de 2009.

Em tal texto, Saramago falava deste animal, de seus atributos por causa de idade, de seus companheiros Pepe e Greta (''que já foram embora para o paraíso dos cachorros''), e brincava com a coincidência que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, tinha escolhido um cão d''água português para suas filhas. ''Novos tempo se aproximam'', dizia com ironia.


O autor se inspirou neste companheiro para criar ''O Achado'', o cachorro de honorável comportamento que aparece - também de repente - na casa do oleiro Cipriano Algor, protagonista de ''A Caverna'' (2000).

Mas este não é o único caso no qual os cães são portadores de mensagens nos livros do Prêmio Nobel de Literatura 1998, pois em ''Ensaio Sobre a Cegueira'', um cachorro bebe as lágrimas de uma mulher, um momento do qual o escritor se mostrava especialmente orgulhoso.

Em ''O Homem Duplicado'', Tomarctus salvará o protagonista do romance, Tertuliano Máximo Afonso, e em ''A Jangada de Pedra'', os cinco protagonistas encontram um cachorro que o escritor batizou como Constante (entre outras opções como Fiel, Piloto e Sentinela), por seu afã de acompanhar um dos personagens até o túmulo.

''Encontro nos cachorros mais humanidade que nos homens'', afirmou o autor português em 2003 no México, uma das ocasiões nas quais falou longamente sobre sua relação com os cães, e o papel que estes tiveram em seus romances.

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