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Morre a grande dama dos palcos Bibi Ferreira, aos 96 anos

Atriz, cantora, compositora e diretora havia anunciado aposentadoria dos palcos em setembro do ano passado, por conta de recomendações médicas

Bibi Ferreira: atriz morreu no Rio, onde vivia, e teve uma carreira ininterrupta de 72 anos no teatro (William Aguiar/VEJA)

Bibi Ferreira: atriz morreu no Rio, onde vivia, e teve uma carreira ininterrupta de 72 anos no teatro (William Aguiar/VEJA)

Marília Almeida

Marília Almeida

Publicado em 13 de fevereiro de 2019 às 15h05.

Última atualização em 13 de fevereiro de 2019 às 21h20.

São Paulo - A atriz, cantora, compositora, diretora, produtora e escritora Bibi Ferreira morreu por conta de uma parada cardíaca no início da tarde desta quarta-feira (13). A atriz repousava em seu apartamento no bairro do Flamengo, no Rio de Janeiro. Bibi tinha 96 anos e a informação foi confirmada pela agência de talentos Montenegro.

A atriz havia anunciado sua aposentadoria dos palcos em um post nas redes sociais em setembro do ano passado. “Nunca pensei em parar, essa palavra nunca fez parte do meu vocabulário, mas entender a vida é ser inteligente. Fui muito feliz com minha carreira. Me orgulho muito de tudo que fiz. Obrigada a todos que de alguma forma estiveram comigo, a todos que me assistiram, a todos que me acompanharam por anos e anos. Muito obrigada!”, disse a atriz no comunicado.

No ano passado Bibi foi internada pelo menos três vezes em função de infecções oportunistas e exames, o que tirou a energia necessária para se apresentar no palco.

Em março do ano passado, a dama do teatro nacional emocionou ao ir ver pessoalmente sua vida retratada nos palcos: o musical "Bibi: uma vida em musical". Abaixo, o vídeo com o seu depoimento:

História

Abigail Izquierdo Ferreira, o nome real de Bibi, nasceu no Rio em 1º de junho de 1922, fruto da união entre o ator Procópio Ferreira, um dos maiores do Brasil, e a bailarina espanhola Aida Izquierdo.

Sua estreia nos palcos, do qual nunca iria sair por quase toda a sua vida, foi com apenas 24 dias de vida, na peça Manhãs de Sol, de Oduvaldo Vianna. Bibi foi usada para substituir uma boneca que seria usada na peça e desapareceu pouco antes do início do espetáculo.

Quando seus pais se separaram, viveu no exterior com sua mãe e, aos 3 anos, já cantava e dançava no palco. Só retornou ao Brasil com sete anos, quando logo entrou para o Corpo de Baile do Teatro Municipal do Rio até estrear na companhia do pai.

Depois passou a atuar em diversas peças como atriz profissional, principalmente musicais e teatros de revista. Uma das mais célebres foi "Minha Querida Dama" (My Fair Lady), estrelada por ela e Paulo Autran.

Montou sua própria companhia teatral em 1944, que reunia grandes nome do teatro brasileiro, como Cacilda Becker. Mais tarde, foi para Portugal, onde dirigiu peças durante quatro anos. Em uma delas, "Deus Lhe Pague", de Joracy Camargo, dirigiu nomes como Walmor Chagas, Marília Pêra e Marco Nanini, além de mais 50 artistas. Também chegou a dirigir uma ópera: "Carmen", de Bizet.

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Em 1983, voltou a trabalhar como atriz em "Piaf, a Vida de uma Estrela da Canção". Por sua atuação no musical, recebeu os prêmios Mambembe e Molière, em 1984 e da Associação dos Produtores de Espetáculos Teatrais do Estado de São Paulo (APETESP) e Governador do Estado, em 1985. O espetáculo permaneceu seis anos em cartaz e, em quatro anos, atingiu um milhão de espectadores.

Aos 95 anos faz sua turnê de despedida com "Bibi - Por Toda Minha Vida", espetáculo no qual canta músicas brasileiras. Foram, no total, 72 anos de carreira ininterrupta no teatro.

Bibi teve uma única filha com o ator Armando Carlos Magno: Tereza Cristina Izquierdo Magno. 

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