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Montevidéu sai na frente e é a primeira capital da região a abrir teatros

Uruguai, elogiado por seu sucesso no controle da pandemia sem impor uma quarentena obrigatória, retomou a maioria de suas atividades

Reabertura do Adela Reta, no Uruguai: com máscara, distanciamento físico, controle de temperatura e álcool em gel, dezenas de pessoas compareceram ao principal auditório do país (AFP/AFP)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de agosto de 2020 às 13h07.

Última atualização em 7 de agosto de 2020 às 17h09.

Montevidéu se tornou nesta quinta-feira a primeira capital latina a reabrir suas grandes salas de teatro, com uma apresentação do coral nacional que atraiu mais de 400 espectadores.
"Estou muito feliz que tenham reaberto, já era hora", comemorou, entusiasmada, a bióloga Helena Winterhalter, uma das primeiras pessoas a chegar ao auditório Adela Reta em sua noite de reabertura.

Com máscara, distanciamento físico, controle de temperatura e álcool em gel, dezenas de pessoas compareceram ao principal auditório do país, localizado no centro de Montevidéu, para assistir à apresentação do coral. A noite de gala marcou o retorno dos espetáculos com plateia em uma das salas mais importantes do país, que, devido aos protocolos de segurança, viu seu público habitual cair de 1,8 mil para 411 espectadores.
Todas as pessoas, inclusive os casais, tiveram que manter duas cadeiras vazias entre si. Também só foram liberadas as fileiras pares, com uma distância de cinco metros entre o palco e a primeira fila ocupada.

O protocolo reduziu o corpo de 75 cantores para 20 vozes, que se revezaram nas diferentes funções, com uma lâmina de acrílico na frente de cada um e mantendo uma distância de dois metros dos demais companheiros.
Mas nada apagou a alegria do retorno. "O Uruguai é pioneiro em toda a América na volta aos palcos", assinalou o diretor do coral, Esteban Louise, ao apresentar o programa da noite, que incluiu desde hits dos Beatles até Johan Sebastian Bach e tangos de Carlos Gardel e Alfredo Le Pera.

Sede de espectador

O público esgotou os ingressos disponíveis gratuitamente para a ocasião especial. "Há um grande interesse em voltar, as pessoas estão ansiosas para sair e passar do contato digital para o presencial", comentou José Miguel Onaindia, diretor artístico do auditório.

Para muitos, desta vez pouco importava quem iria se apresentar. "Teria vindo da mesma forma", afirmou Helena Winterhalter. O aposentado Juan Carlos Ado, que compareceu com a mulher, concordou: "Praticamente viria assistir ao que fosse. Como estava tão feliz com a reabertura, isso não importava."

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Os teatros, museus, galerias de arte e salas de cinema do Uruguai foram autorizados a reabrir na última segunda-feira, depois que o governo aprovou um protocolo sanitário rigoroso. Mas seja pela dimensão de alguns centros, ou pelas características de alguns espetáculos, a reabertura, em alguns casos, é difícil ou, praticamente, inviável. Apenas as salas mais espaçosas podem atender aos requisitos de distanciamento.

O Uruguai, elogiado por seu sucesso no controle da pandemia sem impor uma quarentena obrigatória, retomou a maioria de suas atividades, incluindo as aulas presenciais em todos os níveis. O país, de 3,4 milhões de habitantes, registra 1.318 casos e 37 mortos pela Covid-19.

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