Teresópolis - O médico da seleção brasileira José Luiz Runco revelou neste sábado que foi o responsável por contar a Neymar sobre a gravidade da lesão sofrida durante partida de quartas de final da Copa do Mundo contra a Colômbia, que afastará o atacante dos gramados de 30 a 45 dias.

"Eu não dei chance nem de ele perguntar se estava fora da Copa. Ele realmente ficou muito emocionado, chorou muito, o que era de se esperar", afirmou o médico em entrevista coletiva concedida na Granja Comary, em Teresópolis.

"Toda vez que você passa por situações dessas - e a gente estava vivendo um momento especial por não ter corte na Copa - é muito desagradável e desgastante. A gente quebra o sonho de uma pessoa", relatou José Luiz Runco.

O médico da seleção explicou que os primeiros a saberem que a fratura do processo transverso da terceira vértebra lombar do atacante foram o próprio Neymar e o pai do atleta. Ainda no Castelão outro o traumatologista Rodrigo Lasmar, também do corpo médico da CBF, avisou o técnico Luiz Felipe Scolari e os demais atletas do elenco.

Segundo Runco, Neymar não está ele não está proibido nem de andar, nem de sentar, e sofreu uma "lesão comum" no futebol. O diagnóstico aponta que o atacante não tem lesão neurológica e não ficará com nenhuma sequela na carreira de jogador e na vida pessoal.

"Esse tipo de fratura leva de três a seis semanas para consolidação. São dois fatores que te levam a liberar o atleta (para voltar a jogar): a imagem da lesão e o quadro de dor. Creio que serão necessários de 30 a 45 dias", explicou.

Runco aproveitou para explicar que a comissão técnica e a equipe médica deixou Neymar a vontade para decidir sobre a permanência na Granja Comary, e que foi o jogador que tomou a decisão de viajar para o Guarujá, no litoral paulista.

"Ele veio para o Rio de Janeiro com tranquilidade, veio para a concentração, jantou com os colegas. Hoje acordou, almoçou, mas para que pudesse ficar mais confortável foi transportado para o Guarujá", disse.

Segundo o médico, o tratamento para a fratura consiste, basicamente, em repouso e uso de analgésicos, o que pode ser feito em qualquer lugar. Como não foi desligado da seleção brasileira e segue credenciado pela Fifa, é possível até que Neymar acompanhe a delegação em dia de jogos da Copa do Mundo.

"Tudo depende do quadro de dor dele. Se ele estiver sem dor, se sentindo confortável, nada é proibido. Não vai comprometer, mas ele precisará estar confortável", detalhou Runco.

Sobre a jogada com o lateral direito colombiano Juan Camilo Zúñiga, que acabou resultando na lesão do atacante, Runco afirmou que espera uma atitude mais dura da Fifa e questionou a postura da arbitragem nas partidas.

"Os juízes estão com a seguinte recomendação: "tente ao máximo possível não dar cartão". Não sei o juiz conversar muito dá margem para entrar mais duro. Quanto a esse atleta que causou o traumatismo no Neymar, acredito que ele sofrerá punição". EFE