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Medalhista olímpico cria marca inspirada no skate e já fatura R$ 60 milhões

Pedro Barros começou com cervejas, mas LayBack evoluiu para ecossistema de skate parks e até recém-lançada coleção de roupa

Pedro Barros levou prata em Tóquio, além de 10 medalhas nos X-Games e oito mundiais na modalidade park (Red Bull/Divulgação)

Pedro Barros levou prata em Tóquio, além de 10 medalhas nos X-Games e oito mundiais na modalidade park (Red Bull/Divulgação)

GA

Gabriel Aguiar

Publicado em 25 de dezembro de 2022 às 12h17.

O skatista Pedro Barros já conquistou medalha nas Olimpíadas de Tóquio – além de ser considerado promessa para Paris em 2024. E agora, no mundo dos negócios, tem repetido esse sucesso: criou a marca LayBack junto ao pai e, de cervejas artesanais, criou um verdadeiro império da street culture com 19 estabelecimentos pelo Brasil e 60 milhões de reais em faturamento. Desta vez, a aposta do atleta é a recém-apresentada marca de roupas que traz inspiração das pistas e rampas.

"Como o Pedro é conhecido mundialmente e as pessoas do universo do skate conhecem a marca, a gente achou bacana criar um produto que pudesse chegar a todas as regiões do país. Com a cerveja, precisamos de fábricas parceiras perto, por exemplo. Com as roupas, ficam mais fáceis a logística e a distribuição, além de o investimento ser menor”, explica Rafael Alcici, CEO da LayBack.

Para o executivo, que também é sócio de Pedro Barros desde 2017, esse novo negócio veio de uma demanda dos próprios consumidores. Por outro lado, é visto como uma oportunidade de aproximar clientes e entusiastas, além de permitir parcerias e collabs. É o caso de uma coleção já apresentada com a Rusty, além de linhas com Billabong e New Era, que devem sair no ano que vem.

Rafael Alcici e André Barros

Rafael Alcici (esq.), CEO e sócio, com André Barros (dir.), sócio-fundador (LayBack/Divulgação)

“Não é um teste de mercado, porque a tendência é investirmos cada vez mais nessa vertente. Mas será aos poucos, com mais força na segunda metade de 2023”, diz Alcici. Não por acaso, a previsão é subir o faturamento em 20% no próximo ano, quando a LayBack deve faturar cerca de 72 milhões de reais. Em 2021, a marca já tinha crescido cinco vezes e chegou aos 30 milhões de reais.

“Todo nosso processo de expansão foi muito orgânico e até chegamos a um ponto que começamos a sentir dificuldade, com a necessidade de parceiros que pudessem produzir os nossos produtos, já que a nossa intenção nunca foi ter fábricas próprias. Nós temos um projeto de marca e de lifestyle, então não queremos nos prender a uma fábrica de cerveja ou confecção, por exemplo”.

Mas o próprio CEO admite que, no início, foi difícil conseguir parceiros – ao que acredita de sido por preconceito à cultura do skate nos últimos anos. Por outro lado, com a expansão das casas LayBack em diferentes cidades brasileiras, Rafael Alcici acredita que os valores e ideais da marca foram mais difundidos, o que serviu para aumentar a demanda de produto ou mesmo de parceiros.

Cervejas LayBack Lime Kush APA, Hop Lager Chorão e Cold IPA

Marca começou em 2013 com cervejas artesanais (LayBack/Divulgação)

E qual é a maior dificuldade hoje? “Assim como qualquer segmento do mercado, a maior dificuldade é conseguir passar a imagem do que é a marca, porque, no fundo, o mercado está procurando cada vez mais propósito e essência. Claro que ainda é difícil ajustar a comunicação, achar fornecedores e toda a logística. Mas acredito que o maior desafio é contar nossa história e valores”, diz.

Vale dizer que essa história começou em 2013, com a vontade de Pedro Barros empreender junto ao pai, André Barros. Mas também surgiu da necessidade de aumentar a visibilidade do skate. “Eu tinha muita vontade de deixar um legado no esporte e que ajudasse as pessoas a terem mais acesso. É por isso que parte do nosso lucro é destinado à formação e apoio de atletas”, conta o skatista.

Para os próximos meses, a LayBack já passou a desenvolver uma nova divisão de atuação social, com projeto piloto que apoia pessoas que trabalham em comunidades carentes e construção de espaços urbanos que deixem legados no esporte. Também está prevista a doação de equipamentos em áreas menos estruturadas para fazer do “skate uma ferramenta de desenvolvimento e inclusão”.

LayBack Park São Paulo

Marca já tem 19 skate parks em todo o país (LayBack/Divulgação)

“Também temos uma frente de eventos, investindo no skate e no surfe, além da formação de novos atletas. Queremos dar uma experiência para skatistas e surfistas iniciantes do que é um campeonato profissional, mostrando que eles podem viver do esporte. Nessas competições, nossa ideia é agregar fisioterapia e técnicos, além de falar sobra carreira e educação financeira”, afirma o CEO.

Quanto à nova coleção de roupas, todos os desenhos serão feitos pela própria equipe de marketing da LayBack – com inspiração nos rótulos de cervejas da própria marca, criadas pelo ilustrador Jimbo Phillips, uma das referências na cena do skate californiano. Todas os 14 produtos são produzidos no Brasil, com fornecedores das regiões sul e sudeste, com preços que partem dos 90 reais.

Coleção de Roupas LayBack

Coleção de roupas da LayBack repete inspiração no skate (LayBack/Divulgação)

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