Literatura: o francês Jean-Paul Dubois conquistou o prêmio de maior prestígio do setor (patpitchaya/Getty Images)
AFP
Publicado em 4 de novembro de 2019 às 16h12.
Última atualização em 4 de novembro de 2019 às 16h59.
O escritor francês Jean-Paul Dubois é o vencedor da edição 2019 do prêmio Goncourt, o de maior prestígio da literatura francófona, por um romance sobre a felicidade perdida em um mundo em declínio.
"É adorável", celebrou o escritor, de 69 anos, após o anúncio do prêmio para "Tous les hommes n'habitent pas le monde de la même façon" (Nem todos os homens vivem da mesma maneira no mundo).
"Se as obras de Dubois fosse traduzidas para o inglês, ele teria na França um status comparável ao de John Irving ou William Boyd", disse Bernard Pivot, presidente da Academia Goncourt.
O 22º romance de Dubois narra a história de Paul Hansen, que está há dois anos em uma prisão de Quebec. Em primeira pessoa, Hansen explica como dividiu a cela com um integrante do grupo Hells Angel, um personagem assustador e comovente ao mesmo tempo, que sonha em "dividir em dois" aqueles que o contradizem, mas que tem medo de ratos e tesouras de cabeleireiro.
O leitor fica sabendo no final do livro por quê Hansen, um homem bom, está na prisão. No decorrer do romance aparecem as lembranças de uma felicidade arruinada, em um mundo que desaparece, dando espaço para outro dominado pela injustiça e o desprezo.
Ao longo de uma carreira de três décadas, Dubois, um escritor discreto e popular na França, construiu um universo delicado e profundamente humano.
Também nesta segunda-feira foi anunciado o prêmio Renaudot, vencido por Sylvain Tesson por "La panthère des neiges", a partir de sua experiência no extremo do Tibete para observar o leopardo das neves.