Lacoste muda logo e lança coleção em parceria com National Geographic
Peças trazem estampas de sapos, libélulas, onças e zebras. As vendas começam amanhã e parte da receita será revertida para proteção de espécies animais
Ivan Padilla
Publicado em 30 de novembro de 2020 às 09h55.
Última atualização em 1 de dezembro de 2020 às 15h19.
A Lacoste tem tradição em brincar com o próprio logo . O célebre crocodilo, apelido do fundador da marca René Lacoste, já ficou maior, foi pintado de diversas cores e até foi trocado pela figura de outros animais, em criações próprias ou colaborações com outras grifes . Agora, o réptil continua no mesmo lugar, com uma diferença: ganhou a textura de outras espécies.
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O logo da marca francesa continuará com o formato de crocodilo, mas terá estampas de quatro espécies animais: sapos, libélulas, onças e zebras. Os desenhos tambem estarão nos tecidos das roupas e acessórios. A marca estilizada estará em uma coleção limitada, com peças como as famosas camisas polo, jaquetas, mochilas, óculos. Essa linha especial é uma parceria com a National Geographic.
A colaboração foi baseada no projeto Photo Ark do explorador Joel Sartore, de documentação de espécies de animais que vivem em zoológicos ou santuários. Nesse trabalho, Sartore fotografou todas as criaturas vivas, grandes e pequenas, de mexilhões a elefantes, em mais de 50 países. Sua meta: registrar as cerca de 15.000 espécies que vivem sob cuidados humanos.
Na coleção com a Lacoste, os materiais usados na confecção das peças são 100% ecologicamente responsáveis. Do total arrecadado, 27% serão revertidos para a Geographic Society. A coleção começará a ser vendida amanhã nas lojas do Iguatemi de São Paulo e Rio Sul do Rio de Janeiro e no e-commerce. Os preços vão de 239 a 929 reais.
Mensagem na moda
A Casual EXAME conversou sobre a nova coleção com Pedro Zannoni, CEO da Lacoste para a América Latina, e Richard Leon, vice-presidente na área de consumer products commercialization na Walt Disney Company Brasil, acionista majoritária da National Geographic.
Zannoni lembra as collabs feitas pela Lacoste desde 2008, com artistas como os irmãos Campana e entidades como a União Internacional para a Conservação da Natureza, quando trocou o crocodilo do logo por outros animais, como papagaio e rinoceronte. “Essas parcerias trazem frescor para nossas coleções e reforçam nossos posicionamentos”, afirma Zannoni.
As colaborações são feitas em edições limitadas para criar a sensação de desejo da qual se alimenta o mercado de luxo. Segundo o CEO da grife de moda, a Lacoste trabalha nessas colaborações os quatro valores da marca: responsabilidade, atenção com o entorno, cooperação e audácia.
Para Richard Leon, o grande objetivo da National Geographic é ajudar as pessoas a entenderem nosso mundo e o papel de cada ser humano como agente de mudança. “Buscamos ampliar o conhecimento do público sobre o planeta e ajudar a gerar soluções para um futuro mais saudável e sustentável”, afirma.
A National Geographic é uma marca para pessoas de todas as idades. “Vimos nos clientes da Lacoste a oportunidade difundir a mensagem de preservação e conservação da entidade por meio dessa coleção em parceria. A coleção é uma celebração do esplendor da natureza e do mundo animal”, diz.
Investimento no Brasil
Pedro Zannoni chegou ao cargo em maio deste ano para promover a integração dos países da América Latina. O Brasil é o quarto mercado estratégico para a Lacoste, depois de Estados Unidos, China e França. A marca conta com operações também na Argentina, do Chile e do Uruguai. No ano que vem a região deve incorporar o escritório da Colômbia, que responde hoje ao bloco dos Estados Unidos, e abrir uma representação no Peru.
Lacoste acaba de inaugurar o primeiro outlet-conceito da marca na América Latina. A loja, de 280 metros quadrados, fica no novo Outlet Premium Grande São Paulo, na saída do quilômetro 45 da Rodovia Ayrton Senna. É o primeiro outlet com o conceito Le Club na América e o terceiro no mundo, depois de Coreia e China.
Nesse novo conceito, as lojas tentarão transmitir o ambiente de um clube de tênis, uma referência à origem da marca. A iluminação agora é mais clara e o tom verde predomina. Os ambientes curvos favorecem a circulação e a interatividade na loja e as peças aparecem bem divididas em nichos. Como se fossem armários de um vestiário.
Segundo Zannoni, a Lacoste prevê um ano de estabilidade em 2021 e de volta de crescimento em 2022. O resultados dos últimos dois meses no Brasil, de crescimento de dois dígitos em relação ao mesmo período de 2019, permitem à grife prever novas vitórias em breve.