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Infância pobre e talento marcam trajetória de Mineirinho

O atual campeão mundial de surfe, Adriano de Souza, cresceu em uma família pobre no Guarujá e sempre mostrou talento para o esporte

Mineirinho: ele dedica suas vitórias a Ricardinho dos Santos, surfista assassinado em Santa Catarina (Facebook/WSL)
DR

Da Redação

Publicado em 19 de dezembro de 2015 às 11h22.

Pipeline -- Aos 28 anos, e em sua décima temporada no Circuito Mundial de Surfe, Mineirinho conseguiu o tão sonhado título na elite. Considerado desde cedo um talento, ele lutou muito na temporada, e na vida, para conquistar seu objetivo.

Tudo começou quando ele ainda era garoto no Guarujá, litoral paulista. Vindo de uma família com poucos recursos, ele surfava para ajudar em casa. "De onde eu vim, agradeço por estar vivo. Eu pegava ondas para colocar comida em casa."

Mineirinho cresceu num bairro pobre da cidade, o Santo Antônio, e sua casa ficava a 40 minutos da praia. Não tinha condições de ter sua própria prancha e muitas vezes dependia de algum parente para levá-lo à praia, geralmente nas Pitangueiras. Mas nada disso foi obstáculo para que ele pudesse se destacar nas ondas.

A primeira façanha foi a conquista do Mundial Junior, em 2003, com 16 anos. Dois anos depois, ele foi campeão do WQS, a divisão de acesso. Em 2006, entrou para elite, onde permanece até hoje. Com seu suor, conseguiu vitórias e patrocínios, uma casa melhor para sua família e estrutura para se dedicar ao esporte .

Hoje ele se divide entre suas duas residências: Florianópolis e Guarujá. "Minha cidade é onde me sinto em casa. Não importa onde eu estiver, levo o Guarujá dentro de mim. Sempre lutei, trabalhei e me dediquei. Nem sempre as coisas aconteciam do jeito que queria, mas com fé em Deus nunca desisti."

Sua força de vontade também ajudou a inspirar uma geração de ótimos atletas do Brasil. Apesar de jovem ele já é veterano no Circuito Mundial, e encabeça um grupo que foi apelidado de "Brazilian Storm", a tempestade brasileira, que está ganhando respeito de australianos, americanos e havaianos, as nações tradicionais do surfe.

"Para ser sincero, não me sinto um veterano. Tenho 28 anos e muita lenha para queimar", brinca Mineirinho, que teve antes do título como melhor colocação na elite o quinto lugar obtido nas temporadas de 2009, 2011 e 2012.

Anjo da guarda

Este ano, antes do início da temporada, Mineirinho sofreu um duro golpe: em janeiro, o amigo e também surfista profissional Ricardinho dos Santos foi assassinado por um policial na Guarda do Embaúba, litoral catarinense.

Os dois eram muito próximos, e desde então Mineirinho dedica suas vitórias ao amigo. No Havaí, ele se lembrou de Ricardinho em todas as etapas. "Ele é meu anjo da guarda. Aquela onda que me salvou no final da bateria da segunda fase foi ele que me mandou lá do céu, tenho certeza disso", afirmou o novo campeão do mundo, que passou a ser treinado por Leandro Dora, o Grilo, ex-técnico de Ricardinho.

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Pipeline -- Aos 28 anos, e em sua décima temporada no Circuito Mundial de Surfe, Mineirinho conseguiu o tão sonhado título na elite. Considerado desde cedo um talento, ele lutou muito na temporada, e na vida, para conquistar seu objetivo.

Tudo começou quando ele ainda era garoto no Guarujá, litoral paulista. Vindo de uma família com poucos recursos, ele surfava para ajudar em casa. "De onde eu vim, agradeço por estar vivo. Eu pegava ondas para colocar comida em casa."

Mineirinho cresceu num bairro pobre da cidade, o Santo Antônio, e sua casa ficava a 40 minutos da praia. Não tinha condições de ter sua própria prancha e muitas vezes dependia de algum parente para levá-lo à praia, geralmente nas Pitangueiras. Mas nada disso foi obstáculo para que ele pudesse se destacar nas ondas.

A primeira façanha foi a conquista do Mundial Junior, em 2003, com 16 anos. Dois anos depois, ele foi campeão do WQS, a divisão de acesso. Em 2006, entrou para elite, onde permanece até hoje. Com seu suor, conseguiu vitórias e patrocínios, uma casa melhor para sua família e estrutura para se dedicar ao esporte .

Hoje ele se divide entre suas duas residências: Florianópolis e Guarujá. "Minha cidade é onde me sinto em casa. Não importa onde eu estiver, levo o Guarujá dentro de mim. Sempre lutei, trabalhei e me dediquei. Nem sempre as coisas aconteciam do jeito que queria, mas com fé em Deus nunca desisti."

Sua força de vontade também ajudou a inspirar uma geração de ótimos atletas do Brasil. Apesar de jovem ele já é veterano no Circuito Mundial, e encabeça um grupo que foi apelidado de "Brazilian Storm", a tempestade brasileira, que está ganhando respeito de australianos, americanos e havaianos, as nações tradicionais do surfe.

"Para ser sincero, não me sinto um veterano. Tenho 28 anos e muita lenha para queimar", brinca Mineirinho, que teve antes do título como melhor colocação na elite o quinto lugar obtido nas temporadas de 2009, 2011 e 2012.

Anjo da guarda

Este ano, antes do início da temporada, Mineirinho sofreu um duro golpe: em janeiro, o amigo e também surfista profissional Ricardinho dos Santos foi assassinado por um policial na Guarda do Embaúba, litoral catarinense.

Os dois eram muito próximos, e desde então Mineirinho dedica suas vitórias ao amigo. No Havaí, ele se lembrou de Ricardinho em todas as etapas. "Ele é meu anjo da guarda. Aquela onda que me salvou no final da bateria da segunda fase foi ele que me mandou lá do céu, tenho certeza disso", afirmou o novo campeão do mundo, que passou a ser treinado por Leandro Dora, o Grilo, ex-técnico de Ricardinho.

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