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Helicópteros "low cost" ganham mercado e tomam o céu de São Paulo

O modelo torna mais "acessível" o serviço de uma das três maiores frotas de helicópteros do mundo

Helicóptero: apenas na cidade de São Paulo há registrados cerca de 400 helicópteros (Mario Rodrigues/Veja São Paulo/Reprodução)

Helicóptero: apenas na cidade de São Paulo há registrados cerca de 400 helicópteros (Mario Rodrigues/Veja São Paulo/Reprodução)

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EFE

Publicado em 20 de outubro de 2017 às 10h17.

Última atualização em 20 de outubro de 2017 às 11h51.

São Paulo - Com cerca de 700 helicópteros e 400 heliportos em funcionamento, o estado de São Paulo possui uma das três maiores frotas deste tipo de aeronave do mundo e há seis meses oferece um serviço "low cost" que deixou " mais acessível" um transporte para poucos.

Apenas na cidade de São Paulo há registrados cerca de 400 helicópteros, segundo o último estudo realizado em 2013, que posiciona a capital paulista à frente de cidades como Nova York.

Com cerca de 12 milhões de habitantes, São Paulo ganhou fama mundial devido a seu caótico trânsito e em 2014 bateu um novo recorde depois de registrar um engarrafamento de mais de 344 quilômetros na hora do rush.

Os intermináveis engarrafamentos transformaram o helicóptero em um veículo quase imprescindível para altos executivos e pessoas de elevado poder aquisitivo no Brasil, especialmente em São Paulo, uma das cidades com maior número de milionários da América Latina.

Apesar disso, a crise econômica e política que castiga o Brasil há mais de dois anos reduziu bastante as operações dos helicópteros e abriu espaço para aplicativos que oferecem um serviço de baixo custo.

Desde agosto, os moradores e turistas que visitam São Paulo podem solicitar um helicóptero através do Cabify, plataforma que fez uma associação com a empresa Voom, do grupo Airbus.

O cliente pode pedir um helicóptero através do Cabify ou diretamente na página do Voom até 45 minutos antes do voo e com um preço 80% inferior que o dos serviços tradicionais de táxi aéreo.

Um trajeto de cinco minutos entre um hotel da Avenida Faria Lima e o aeroporto de Congonhas pode custar entre R$ 160 e R$ 400, dependendo do desconto promocional, em comparação aos R$ 3.700 de uma das companhias mais tradicionais de táxi aéreo de São Paulo.

"Queremos abrir esse espaço de usuários. Os executivos são hoje os nossos clientes principais, mas com os preços que oferecemos conseguimos abrir essa categoria para muitas mais pessoas, não só para milionários. Essa é uma das nossas propostas", afirmou à Agência Efe Rogerio Guimarães, encarregado de novos negócios da Cabify.

A proposta do Voom é aumentar o uso dos helicópteros e reduzir assim o custo da operação, graças à associação com outras operadoras de voo, como a Go Air, uma empresa que reúne serviços de táxi aéreo, de manutenção e uma escola de pilotos.

Os serviços da Go Air, como os da maioria de empresas do setor, tiveram uma grande demanda entre os anos de 2010 e 2012, quando o Brasil registrou forte crescimento do setor de petróleo e gás, que consequentemente aumentou o transporte de passageiros até as plataformas petrolíferas.

A recessão fez com que os serviços prestados diminuíssem, mas nos últimos meses a empresa voltou a registrar alta, junto com a melhora dos indicadores macroeconômicos, segundo disse à Efe Ronaldo Santos, piloto e instrutor da Go Air.

"O mercado de viagens de helicóptero é impulsionado principalmente pelo mercado de petróleo e gás. Quando por causa de um fator externo temos uma queda da demanda de petróleo e gás, ou temos algum fator interno, como a crise política que envolveu corrupção, todo o mercado é afetado", disse Ronaldo.

O Brasil conta com uma frota de 1.700 helicópteros em todo o território nacional, dos quais 700 se encontram no estado de São Paulo, 400 no Rio de Janeiro e cerca de 260 em Minas Gerais, segundo o último relatório realizado pela Associação Brasileira de Pilotos de Helicópteros (Abraphe), em 2013.

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