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Gravar último álbum dos Beatles foi "inferno", disse Lennon

Segundo o ex-Beatle, em entrevista concedida em 1969 e que está sendo leiloada, a gravação de "Let it Be" foi uma "tortura"


	John Lennon: "nunca terminamos o álbum, realmente. Não queríamos fazê-lo. Era Paul que nos empurrava para fazê-lo", afirmou
 (Central Press/Getty Images)

John Lennon: "nunca terminamos o álbum, realmente. Não queríamos fazê-lo. Era Paul que nos empurrava para fazê-lo", afirmou (Central Press/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 6 de setembro de 2013 às 08h41.

Gravar o 12º e último álbum dos "Beatles" foi um 'inferno', revelou John Lennon em entrevista gravada que será leiloada este mês.

Os quatro acabavam de completar "Let It Be", em 1969, mas ainda não haviam rompido, quando Lennon e sua mulher Yoko Ono se sentaram em Toronto com o crítico musical da revista "Village Voice" e DJ de rádio Howard Smith. A entrevista durou cerca de uma hora.

"Estamos atravessando o inferno. Frequentemente fazemos isso. É uma tortura toda vez que produzimos algo", revelou Lennon.

"Os Beatles não têm nenhuma magia que você não tenha. Sofremos um inferno toda vez que fazemos algo e temos de lutar com cada um de nós. Imagine trabalhar com os Beatles, é duro", desabafou.

"Há apenas tensão. É tenso cada vez que a luz vermelha (no estúdio de gravação) se acende", completou.

Publicado em maio de 1970 e classificado pela revista "Rolling Stone" como um dos 500 melhores álbuns de todos os tempos, "Let it Be" foi basicamente gravado em Londres, em 1969, para complementar um filme de mesmo nome.

A canção que lhe dá título e "The Long and Winding Road" entraram para a história como duas das mais memoráveis canções da banda britânica.

Um trecho da entrevista pode ser ouvido Youtube.

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Para Lennon, porém, assassinado em Nova York em 1980, "Let it Be" foi um "álbum estranho" que refletiu como os atritos haviam crescido entre ele e seus companheiros de grupo - Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr.

"Nunca terminamos o álbum, realmente. Não queríamos fazê-lo. Era Paul que nos empurrava para fazê-lo", afirmou.

A casa de leilões RR Auction anunciou que a entrevista de uma hora de duração, gravada em duas fitas, permaneceu esquecida por quase quatro décadas em uma caixa guardada nos fundos do apartamento de Smith, em Nova York.

"É uma entrevista sincera e honesta de um dos músicos e ativistas mais reverenciados de todos os tempos", disse o vice-presidente de RR Auction, Bobby Livingston, nesta quinta-feira.

A gravação está incluída em uma lista de mais de 100 objetos relacionados aos Beatles, que faz parte de um leilão de "Maravilhas da Música Moderna". A lista estará disponível on-line entre 19 e 26 de setembro no website http://www.rrauction.com.

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