Casual

GP do Brasil dá prejuízo e influencia futuro da corrida na F-1

A corrida perdeu importantes patrocinadores, como a Petrobras e a Shell, e deve ter prejuízo de 30 milhões de dólares

Fórmula 1: GP do Brasil dará prejuízo de 98 milhões de reais (Getty Images)

Fórmula 1: GP do Brasil dará prejuízo de 98 milhões de reais (Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de novembro de 2016 às 09h18.

São Paulo - O GP do Brasil de Fórmula 1 não passou imune à crise econômica. Em sua 45ª edição, a corrida perdeu importantes patrocinadores e deve apresentar prejuízo de US$ 30 milhões (cerca de R$ 98 milhões) neste ano. A maior baixa foi a Petrobras, que até batizava o GP. A estatal sofre com duras perdas econômicas em meio às investigações da Operação Lava Jato. A etapa brasileira também ficou sem o apoio da Shell.

"Neste ano certamente não vamos conseguir fechar as contas", revelou Tamas Rohonyi, em entrevista exclusiva ao jornal O Estado de S.Paulo. "Deve dar um prejuízo de US$ 30 milhões". Sem revelar detalhes sobre as finanças do GP, ele atribui o pesado déficit às perdas dos patrocínios da Petrobras e da Shell. A estatal petroleira vive momento ruim e fechou o terceiro trimestre deste ano com prejuízo de R$ 16,4 bilhões. O resultado negativo é o terceiro maior da história da empresa.

Os números do GP do Brasil, no entanto, não causam preocupação imediata ao promotor da prova. Pelo acordo que tem com a Formula One Management (FOM), esta perda é saldada pela empresa que administra a F-1. "O contrato que temos com ela é que, se não conseguirmos fechar as contas, a empresa paga. É o contrato que temos atualmente. Claro que isso incomoda a FOM, mas esta é uma decisão estratégica dela".

Tamas admite não saber por quanto tempo a FOM sustentaria o prejuízo do GP do Brasil, caso as baixas se estendam por mais anos. "Talvez aguente um ano, dois anos. Em 2017, o �buraco� deve ser de US$ 3 ou US$ 5 milhões, o que obviamente não vai fazer muita diferença na vida da FOM. Agora, US$ 30 milhões dói, né?", disse.

Se não preocupa a curto prazo, a perda do patrocínio pode virar um problema no futuro, caso os prejuízos se acumulem. Tanto que a saída da Petrobras foi tema de conversa entre Bernie Ecclestone, chefão da Fórmula 1, e o presidente Michel Temer em encontro realizado no Palácio do Planalto, em Brasília, na última quarta-feira.

Os dois conversaram por cerca de 30 minutos. Foi o primeiro encontro de Ecclestone com Temer. O dirigente da Fórmula 1 tem relações antigas com o Brasil ao estar presente em todos os GPs, além de ser casado com uma brasileira e cultivar café em fazenda na cidade de Amparo, no interior de São Paulo.

"O presidente reafirmou que o GP do Brasil é importante para o País", disse o promotor da corrida em Interlagos sobre o encontro. "Ele disse que estamos atravessando fase econômica muito difícil, que perdeu o patrocínio, o que tem consequências sérias para o empreendimento", contou Tamás.

No lado esportivo, o automobilismo brasileiro vive o maior jejum de vitórias da história da categoria. O último triunfo foi em 13 de setembro de 2009, com Rubens Barrichello no GP da Itália, em Monza, pela Brawn GP. O País não tem representantes confirmados no próximo ano, já que Felipe Massa vai deixar a categoria e Felipe Nasr ainda busca acerto com alguma escuderia.

Acompanhe tudo sobre:CorridaCrise econômicaFórmula 1Prejuízo

Mais de Casual

O prédio mais caro de São Paulo e com a assinatura de Alex Allard será erguido na Oscar Freire

A cidade (nada óbvia) que conquista o título de melhor destino cultural na Europa

Os 5 melhores filmes e séries para maratonar no fim de semana

Bar flutuante da Heineken chega a Curitiba após sucesso em São Paulo