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Gosling e Cooper protagonizam "O Lugar Onde Tudo Termina"

Trama, assinada pelo diretor e Ben Coccio, flerta com clichês, sem nunca se deixar seduzir por eles

Ryan Gosling em trecho do filme "O Lugar Onde Tudo Termina": ator é Luke, motociclista que trabalha num Globo da Morte numa espécie de circo itinerante (Reprodução)

Ryan Gosling em trecho do filme "O Lugar Onde Tudo Termina": ator é Luke, motociclista que trabalha num Globo da Morte numa espécie de circo itinerante (Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 20 de junho de 2013 às 13h21.

São Paulo - "O Lugar Onde Tudo Termina", de Derek Cianfrance, o mesmo diretor de "Namorados Para Sempre" é, acima de tudo, um filme corajoso. A trama, assinada pelo diretor e Ben Coccio, flerta com clichês, sem nunca se deixar seduzir por eles. Chega bem perto, mas dá meia volta e toma um caminho inesperado. Essa estrutura, aliás, condiz com a ambição do filme, em seu retrato sobre paternidade e masculinidade.

Os dois protagonistas são personagens fortes, interpretados com segurança e honestidade. Ryan Gosling - que protagonizou "Namorados Para Sempre" com Michelle Williams - é Luke, motociclista que trabalha num Globo da Morte numa espécie de circo itinerante. Quando volta a uma cidade, descobre que a mulher por quem é apaixonado, Romina (Eva Mendes), ficou grávida dele e teve um filho, porém, casou-se com outro.

O segundo personagem masculino é Avery (Bradley Cooper), jovem policial ambicioso, filho de um juiz aposentado, cujo caminho cruza com o de Luke quando este se torna assaltante de bancos. São duas histórias - uma de queda e outra de ascensão -, protagonizadas por esses rapazes que, além da mesma faixa de idade, possuem filhos com cerca de um ano.

O paralelo que se traça entre os dois começa com cada um deles atuando de um lado da lei, mas se materializa com maior força na forma como são figuras paternas ausentes e em como essa atitude vai se refletir em seus filhos no futuro.

Cianfrance tem ambição de abordar classe, masculinidade e a figura paterna - e articula tais elementos com convicção e pulso firme, a partir do desenho dos personagens. Se cada um dos rapazes protagoniza uma parte diferente do filme, a terceira, situada anos mais tarde, começa a partir da mão do destino, quando seus filhos (interpretados por Emory Cohen e Dane DeHaanse) tornam-se amigos. As questões mal resolvidas do passado vão ecoar nesse período.


Se, até então, Cianfrance foi meticuloso e sutil na construção dos perfis, quando chega à parte final ele se entrega a algumas soluções menos complexas e redenções até certo ponto fáceis. Ainda assim, não põe toda a história a perder, tendo-se em mente tudo o que se viu até então.

A fotografia assinada por Sean Bobbitt ("Shame") valoriza a cidade de Schenectady, em Nova York, onde o filme foi rodado - especialmente os seus pinheiros (citados no título original), que ganham uma conotação simbólica.

A grandeza do filme está em seus personagens, que beiram o épico, nos planos que dão a dimensão da cidade, quase perdida em si mesma, e também na trilha sonora, que combina músicas originais de Mike Patton com corais e uma canção da banda Bon Iver, chamada "The Wolves - Act I and II" (também usada no drama francês "Ferrugem e Osso", ainda inédito no circuito brasileiro), que, ao final, sintetiza a história.

https://youtube.com/watch?v=yiL3YbZFUdU%3Ffeature%3Dplayer_detailpage

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