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Gong Li patrocinou Festival de Cannes

Gong Li, cujo belo rosto é associado à L’Oréal - uma das patrocinadoras do festival -, desglamourizou-se para fazer uma personagem no cinema

Gong Li: ela interpreta a personagem mais realista de sua carreira (Pascal Le Segretain/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 22 de maio de 2014 às 09h42.

Cannes - Sophia Loren usou um Armani perolado em sua montée des marches, na terça-feira à noite. Como madrinha da Cannes Classics, ela veio ao festival para ministrar uma master class e apresentar a versão restaurada de Matrimônio à Italiana, de Vittorio De Sica, que fez com Marcello Mastroianni - ele ilustra o cartaz da 67.ª edição do maior evento de cinema do mundo.

Uma imagem retirada de Oito e Meio, de Federico Fellini. Sophia falou de Marcello, de Hollywood e de De Sica, claro. E o curioso é que a projeção de Matrimônio foi precedida de uma produção familiar.

Edoardo Ponti, seu filho, dirigiu-a numa nova adaptação de La Voce Humana, o monólogo de Jean Cocteau que inspirou Rossellini, numa parceria com Anna Magnani.

Essas mulheres maravilhosas. Zhang Yimou disse ao repórter que não foi sua decisão exibir o novo longa, Coming Home, fora de concurso.

Foi o festival leia-se o selecionador Thierry Frémaux, avalizado pelo diretor-geral Gilles Jacob. Yimou não lamentou, por ele, mas por Gong Li. Há anos que eles prosseguiam suas carreiras separadamente.

O retorno se faz em grande estilo. "Gong fez o filme para desmontar a crença dos que achavam que ela não é atriz", definiu o diretor, colocando o verbo no passado. Achavam - porque, depois de Coming Home, só louco para negar a evidência.

Gong Li, cujo belo rosto é associado à L’Oréal - uma das patrocinadoras do festival -, desglamourizou-se para fazer a personagem mais realista de sua carreira.

O filme evoca os duros anos da Revolução Cultural. Uma garota que sonha dançar numa ópera maoista denuncia o pai dissidente, mas isso não lhe vale o papel. A família desintegra-se. A mãe, sob o choque do trauma, isola-se no mundo interior.

E quando o marido é reabilitado, e volta, ela não o reconhece. Depois de filmes grandes, e de gênero, Zhang Yimou volta a uma escala menor, a um registro mais intimista. Coming Home continua sua interrogação do cinema de gênero, mas agora é o melodrama.

O filme é um melodrama sirkiano. Fala da família, e Douglas Sirk gostava de lembrar que, na tragédia grega, tudo se passa em família. Por que o melodrama? "Para tornar o filme acessível ao grande público", diz o diretor.

"É um filme necessário, que confronta a China com seu passado recente. Não creio que esteja esvaziando o tema ao adotar o formato (de melodrama)."

Além de integrar a seleção oficial e também de ter um representante no júri (Jia Zhang-ke), a China foi objeto de todas as atenções no mercado.

Em Berlim, já havia três filmes chineses na competição, mais três distribuídos pelas demais seções. Cannes aumentou em 40% o número de credenciais chinesas no mercado.

Trata-se de um mercado imenso, que todo mundo corteja. A abertura econômica não tem equivalente para os artistas. Zhang Yimou contou que os roteiros continuam dependendo de aprovação e os filmes, depois de prontos, são examinados por comissões que chegam a reunir 60 pessoas, de todas as áreas.

A Revolução Cultural e o fantasma do maoismo podem ter ido para baixo do tapete, mas deslizes continuam não sendo tolerados.

Jean-Luc Godard não veio mostrar Adieu au Langage porque diz que o festival, que devia ser de arte, dedica espaço demais ao mercado. Na verdade, o que se discutiu aqui em Cannes, no final de semana, é a mudança nas plataformas de distribuição.

Le Film Français deu na quarta-feira os dados - Welcome to New York, de Abel Ferrara, estás disponível na internet desde sábado, ao preço de 6,99, segundo a distribuidora Wild Bunch.

Somente no fim de semanas Welcome registrou 49 mil transações VaD, e isso representa cerca de 90 mil espectadores, para começar, somente na França. Pode ser que se esteja, aqui, dando adeus à linguagem num outro sentido que o formulado pelo ex-enfant terrible da Nouvelle Vague.

Para terminar: um público imenso lotou a Sala Claude Debussy para prestigiar a exibição oficial de Lost River na seção Un Certain Regard.

Ryan Gosling virou um dos queridinhos de Cannes e sua estreia na direção, numa sessão que unia público e imprensa, foi uma das mais movimentadas deste ano. Muitas adolescentes não queriam saber do filme. Gritavam: "We love Ryan".

Na plateia, estavam o diretor de Drive, Nicolas Winding Fern, que integra o júri da competição, e Wim Wenders. O segundo, vestindo uma elegante casaca, escafedeu-se no final, de certo para evitar o constrangimento de trocar palavras amáveis com o ator e diretor.

Ryan Gosling fez sua lição de casa autoral. Lost River retrata um mundo que está morrendo, uma cidade (e personagens) reduzidos a fantasmas. Um pequeno papel cabe à ex-musa Barbara Steele. O vilão, que atormenta o garoto protagonista, chama-se "Frank".

É calcado no vicioso personagem de Dennis Hopper em Veludo Azul. Ryan Gosling mirou em David Lynch. Danou-se. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

São Paulo – O Festival de Cannes começou do dia 14 de maio, na França, mas não são apenas os filmes que têm chamado a atenção do público. Durante a mostra, celebridades , como Blake Lively, Hilary Swank e Nicole Kidman, desfilaram com vestidos de cair o queixo, para Oscar nenhum colocar defeito. Confira a seguir alguns dos grandes destaques da moda do evento de cinema que dura até dia 25 deste mês.
  • 2. Blake Lively

    2 /12(Getty Images)

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    A atriz Blake Lively está sendo uma das grandes referências da moda nesta edição do Festival de Cannes. Na estreia do filme "Captives" (imagem à esquerda), a artista apareceu com um elegante vestido tomara-que-caia preto e branco, feito pelo grife Gucci Première. A marca também foi a responsável pela confeção do modelo na cor vinho, que ela vestiu na abertura do evento, com o filme "Grace of Monaco".
  • 3. Hilary Swank

    3 /12(Getty Images)

  • Estrelando o filme "The Homesman", que concorre à Palma de Ouro em Cannes, a atriz Hilary Swankacertou em cheio na escolha do modelito para a première de sua produção. O vestido branco, justinho e de um ombro só foi feito pelo Atelier Versace
  • 4. Nicole Kidman

    4 /12(Getty Images)

    Durante a cerimônia de abertura do festival e apresentação do filme "Grace of Monaco", Nicole Kidman se vestiu à altura do papel que desempenhou na produção, em que encarnou a princesa Grace kelly. A atriz compareceu ao evento com um vestido azul repleto de detalhes e bordados da grife Armani Privè.
  • 5. Naomi Watts

    5 /12(Getty Images)

    Outra artista que chamou a atenção durante o Festival de Cannes foi Naomi Watts. Ela foi à première do filme "Como Treinar Seu Dragão 2" com um modelo Marchesa, feito de chiffon de seda azul e bordado de cristais de diamante. O vestido de cair o queixo fez com que, mesmo não participando do filme, Naomi fosse um dos destaques do tapete vermelho.
  • 6. Jessica Chastain

    6 /12(Getty Images)

    A protagonista do filme "The Disappearance Of Eleanor Rigby" Jessica Chastain compareceu à estreia de seu trabalho com um belo vestido azul royal de um ombro só e fenda frontal. O brilho do visual ficou por conta dos brincos de diamantes que ela usou na ocasião.
  • 7. Cate Blanchett

    7 /12(Getty Images)

    O visual adotado pela atriz Cate Blanchett na première do filme "Como Treinar Seu Dragão 2" pareceu brincar com o tema do longa-metragem. O look, elaborado pela grife Givenchy, trouxe uma blusa cuja textura lembra as escamas de um réptil. Nada mais apropriado para a estreia da animação, em que é responsável por dublar a personagem Valka.
  • 8. Taís Araújo, Grazi Massafera e Isabelli Fontana

    8 /12(Getty Images)

    As brasileiras Taís Araújo (esq.), Grazi Massafera e Isabelli Fontana também estiveram presentes no Festival de Cannes e impressionaram com sua elegância e sensualidade. O vestido justo e decotado de Taís, todo bordado com canutilhos e paetês, é obra do estilista Sandro Barros.  O modelo frente única azul marinho de Grazi traz detalhes em dourado e fenda lateral, e é criação de Pedro Lourenço. Já o visual de Isabelli é da grife Tufi Duek, que fez uma peça amarela, com uma grande fenda na perna. As três compareceram para assistir à première do filme "Saint Laurent".
  • 9. Carly Steel

    9 /12(Getty Images)

    A atriz, apresentadora e produtora Carly Steel também compareceu à estreia de "Como Treinar Seu Dragão 2" e impressionou no tapete vermelho. O que poderia ser um simples vestido nude se tornou um modelo muito elegante com o decote elaborado e sensual na medida certa.
  • 10. Judit Masco

    10 /12(Getty Images)

    A modelo e apresentadora espanhola Judit Masco escolheu bem o vestido para assistir à estreia do filme "The Homesman". Não teve como errar com o vestido tomara-que-caia clássico, na cor preta, conferindo ao traje a dose certa de elegância e beleza.
  • 11. Alexandra Rosenfeld

    11 /12(Getty Images)

    A modelo e Miss França de 2006 Alexandra Rosenfeld também garantiu sua posição de destaque no tapete vermelho de Cannes 2014. Na première do filme "The Homesman", ela apareceu com um vestido bordado branco, com mangas três quartos, para compensar a "ousadia" do comprimento.
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    12 /12(Wikimedia Commons)

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