Salma Hayek e Antonio Banderas na pré-estreia do filme em Westwood, Califórnia (Michael Buckner/Getty Images/AFP)
Da Redação
Publicado em 27 de outubro de 2011 às 09h32.
Los Angeles - Com heróis latinos e arte mexicana, "Gato de Botas", com as vozes de Antonio Banderas e Salma Hayek, consagra a influência cultural e econômica dos hispânicos nos Estados Unidos e é um reconhecimento por parte de Hollywood.
O filme retoma um personagem de "Shrek", o Gato con Botas, que conquistou os fãs com os grandes olhos tristes e a voz de "latin lover" do espanhol Antonio Banderas.
Desde a estreia de "Shrek 2", que apresentou o personagem em 2004, o estúdio Dreamworks pretendia fazer um filme com o gato como protagonista.
Dirigido por Chris Miller (que também foi responsável por "Shrek 3"), "Gato de Botas" estreia na sexta-feira nos Estados Unidos e no início de dezembro no Brasil.
"Quando cheguei a este país, nem sabia falar inglês", afirmou Antonio Banderas na apresentação do filme à imprensa.
"O fato de ter sido chamado para usar minha voz em um filme é verdadeiramente um paradoxo".
Fiel ao conceito que rendeu sucesso mundial a "Shrek" (2,9 bilhões de dólares em arrecadação com quatro filmes), "Gato de Botas" recicla a sua maneira vários clássicos e da história original, o conto infantil de Charles Perrault, não resta quase nada.
O felino é um órfão criado com Humpty Dumpty, um menino com forma de ovo (personagem de uma canção da língua inglesa), com quem parte na busca de uma gigante que os levará até a galinha dos ovos de ouro.
No meio do caminho conhece uma gata de olhos azuis tão maliciosa quanto ele, Kitty Softpaws, dublada pela atriz mexicana Salma Hayek.
"Queria poder dizer alguma coisa sobre o Método, mas não", disse a atriz em referência à técnica de alguns atores de explorar suas emoções para entrar em um personagem.
"Miller me forçou a explorar o improviso na comédia. Ele nem sequer me deu o roteiro".
Os roteiristas deram um forte aspecto latino ao filme, com sua estética hispânica. Para um filme de Hollywood, comercial e voltado para o grande público, isto é uma novidade.
"Quando cheguei aos Estados Unidos há 21 anos para fazer 'Os Reis do Mambo', alguém me disse: 'prepare-se para interpretar sempre o vilão'. Mas em 20 anos as coisas mudaram muito", comentou Banderas.
"É um reflexo do que acontece neste país. Os latinos vieram aos Estados Unidos para escapar de situações sociais e políticas difíceis em seus países. E trabalharam duro para que seus filhos entrassem na universidade. Agora seus filhos são médicos, arquitetos, banqueiros. Hollywood reflete isto", completou.