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Galliano diz que perdeu a cabeça devido a bebidas e drogas

Estilista da Dior foi à tribunal em Paris nesta quarta-feira acusado de declarações anti-semitas

John Galliano (Getty Images)

John Galliano (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 22 de junho de 2011 às 23h56.

Paris -  O estilista John Galliano disse a um tribunal de Paris na quarta-feira que estava tão descontrolado devido ao consumo de drogas e álcool que não se recorda de ter lançado insultos antissemitas a estranhos em um bar no início deste ano.

Mais magro do que na última vez em que foi visto em público, Galliano chegou ao tribunal, onde o clima era de expectativa silenciosa, com os cabelos compridos, o bigode fino que é sua marca registrada e trajando calças de couro, preparado para se defender de acusações de comportamento antissemita.

Ele ficou em pé enquanto um juiz leu as acusações que lhe foram feitas e repetiu frases que teria proferido em um incidente em Paris em 24 de fevereiro.

Perguntado se lembrava dos insultos, Galliano disse: "Não me lembro muito bem... Não tenho recordação disso... tenho uma dependência tripla.. álcool, soníferos e Valium", afirmou.

A carreira do estilista está em frangalhos. Ele foi demitido da maison de moda Dior em março, depois de um vídeo postado online o ter mostrado, embriagado, dizendo a uma mulher que ele amava Hitler e que os pais dela poderiam ter sido mortos com gás em um campo de extermínio nazista.

A polícia francesa interrogou o estilista britânico pela primeira vez em fevereiro, depois de um casal tê-lo acusado de gritar insultos racistas contra eles em uma cafeteria ao ar livre.

A expectativa é de que os magistrados cheguem a uma decisão em pouco tempo. O julgamento coloca Galliano, de 50 anos, contra duas pessoas que o acusam: uma mulher que afirmou não ter ouvido falar dele antes de seu encontro com ele, em fevereiro, e outra cujas acusações dizem respeito a fatos ocorridos em outubro passado.

Se for condenado, Galliano pode ser sentenciado a seis meses de prisão e a uma multa de até 22 mil euros (31.517 dólares). Os precedentes de processos semelhantes sugerem que um resultado mais provável seja a imposição de uma multa menor, de no máximo alguns milhares de euros.

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