Rua no centro histórico de Paraty (RJ): encontro literário será realizado entre os dias 1º e 5 de julho (Rodrigo Soldon/Creative Commons)
Da Redação
Publicado em 12 de maio de 2015 às 18h08.
São Paulo - O italiano Roberto Saviano e o cubano Leonardo Padura, reconhecidos como escritores e jornalistas, estarão na 13ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), segundo anunciaram nesta terça-feira em São Paulo os organizadores do maior festival de literatura no Brasil.
O tema do narcotráfico, assunto central de Saviano em seu recente livro "Zero Zero Zero" e abordado em sua célebre obra "Gomorra", será um dos assuntos que o italiano debaterá no encontro literário que será realizado entre os dias 1º e 5 de julho em Paraty, no litoral sul do estado de Rio de Janeiro.
O curador da Flip, Paulo Werneck, explicou em entrevista coletiva que "devido ao grande problema" representado pelo narcotráfico, tanto em cidades pequenas como Paraty como em metrópoles como São Paulo, Saviano compartilhará a experiência que teve com o assunto em suas obras.
Padura, um dos escritores cubanos mais importantes da literatura em espanhol e autor de "O homem que amava os cachorros", será outro dos presentes na Flip.
Reconhecido por seus romances ambientados na história policialesca cubana, Padura e a britânica Sophie Hannah dividirão o espaço "De frente para o crime" criado para a discussão da literatura policial e o problema suscitado pela criminalidade no Brasil, ressaltou Werneck.
A inauguração do festival contará com a presença de, entre outros, a brasileira Eliane Robert Moraes, que tratará principalmente a temática erótica da Flip.
Werneck afirmou que "o assunto do sexo costuma ser omitido e por que não introduzir uma mesa sobre ele?". O tema será discutido desde sua visão mais estética até a contraposição ao erotismo de mercado que está no topo das listas de vendas atualmente.
Durante os cinco primeiros dias de julho, a cidade de Paraty receberá a presença de 39 autores, entre eles 16 estrangeiros, com destaque também para o argentino Diego Vecchio e o irlandês Colm Tóibín.
Mário de Andrade (1893-1945) será o homenageado nesta edição, ano em que se completam sete décadas de sua morte, em um reconhecimento por sua atuação e influência em diferentes ramos da arte e pensamento e por sua luta pela formação da cultura brasileira.