O jogador da Suíça Xherdan Shaqiri comora gol contra a Sérvia com gesto político (Gonzalo Fuentes/Getty Images)
AFP
Publicado em 24 de junho de 2018 às 11h01.
Última atualização em 24 de junho de 2018 às 11h06.
A Fifa abriu neste sábado (23) um processo disciplinar contra os jogadores suíços Granit Xhaka, nascido na Suíça, mas de origem kosovar, e Xherdan Shaqiri, nascido em Kosovo, uma antiga província albanesa majoritariamente sérvia, por suas comemorações pró-Kosovo durante a partida Suíça-Sérvia (2-1).
Os dois jogadores, que marcaram os gols da vitória, imitaram a águia da bandeira albanesa na partida disputada na sexta-feira, um gesto considerado na Sérvia como um símbolo da "Grande Albânia".
Muitas pessoas em Kosovo, que tem maioria étnica albanesa, se identificam com essa bandeira.
O gesto também é uma referência a uma doutrina nacionalista que visa a reunir todos os albaneses nos Bálcãs dentro do mesmo país.
Kosovo, antiga província da Sérvia, declarou em 2008 sua independência, mas Belgrado ainda se nega a reconhecê-la. A Fifa proíbe mensagens políticas em seus estádios.
O organismo reitor do futebol mundial também está investigando se o técnico da Sérvia, Mladen Krstajic, por supostas declarações após a partida, quando pediu que o árbitro, o alemão Félix Brych, fosse levado a julgamento em um tribunal de crimes de guerra em Haia por não ter concedido um penalização à Sérvia.
A Sérvia ficou furiosa porque Brych não deu um pênalti aos 66 minutos, depois que Aleksandar Mitrovic foi derrubado na área pelos zagueiros suíços Stephan Lichtsteiner e Fabian Schaer.
Também foram abertos procedimentos disciplinares contra a Associação de Futebol Sérvia por distúrbios por parte dos torcedores e a exibição de mensagens políticas e ofensivas.