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Feist lança novo álbum sem perder a ternura

“Metals”, o novo trabalho da compositora canadense Feist, ainda mantém a linha de canções fofas com letras densas e toques experimentais

Cantora inaugurou uma tendência no pop: a das canções autorais com toques experimentais e letras densas, que ainda assim soam fofas (Getty Images/Kristian Dowling)
DR

Da Redação

Publicado em 6 de janeiro de 2012 às 15h00.

São Paulo - A audição do novo álbum de Leslie Feist é lição de casa para cantoras antenadas do mundo inteiro. Canadense, 35 anos, ela teve um grande êxito comercial em 2007, quando soltou seu terceiro disco de estúdio, The Reminder. Seu folk rock saiu do underground graças à utilização da faixa 1234 num comercial do iPod Nano.

Com o hit nas paradas, outras preciosidades do CD (I Feel It All, My Moon My Man) foram sendo descobertas e usadas em séries de TV e filmes. Até Mushaboom, lançada no disco de 2004, voltou a ter boa execução. Nos anos seguintes, foi possível sentir um pouquinho de Feist em quase todas as cantoras que se deram bem no mercado adulto: Florence Welch (do Florence and The Machine), Yaël Naïm, Corinne Bailey Rae (em seu segundo e introspectivo trabalho) etc.

Não que Feist tenha inventado a roda ou seja o farol de uma geração de intérpretes. Mas ela inaugurou uma tendência no pop: a das canções autorais com toques experimentais e letras densas, que ainda assim soam fofas, acessíveis, prontas para sonorizar cenas de amor ou propagandas da Apple. Seu quarto álbum comprova a tese.

Metals é mais angustiado do que o antecessor. A primeira faixa diz que, quando um homem bom e uma mulher boa não conseguem encontrar o que há de bom neles, emerge o pior de cada um (The Bad in Each Other). Já o nome do tema seguinte fala por si só: Graveyard (cemitério). Mas os arranjos, repletos de sopros, violinos e corais, não deixam o ouvinte deprimido.

A cantora dos “virais”

Um dos pontos altos do repertório é A Commotion, que descreve um cenário apocalíptico nas estrofes. Até que pinta o refrão, e um coro de vozes masculinas grita o título da faixa. É tão surpreendente que chega a ser cômico, dando novo sentido ao clima tenso criado anteriormente. Feist completa o refrão sussurrando: “Se isso acaba contigo/ o rancor ainda domina teu coração”.

How Come You Never Go There, primeiro single do CD, traz outra passagem poética, que em breve deverá pipocar no Facebook de quem enfrenta problemas no relacionamento. “O quarto está cheio, mas os corações estão vazios/ como as cartas que você nunca me mandou/ palavras são como um laço/ mas você é uma música instrumental.”

Menos amarga, The Circle Married the Line tem potencial para ser a 1234 do disco. Ao piano, Feist conduz uma belíssima melodia, cantando que tudo que ela quer é uma linha do horizonte. A faixa é sucedida por Bittersweet Melodies, outra que periga ser “viralizada”. Com certeza, as tais cantoras antenadas estarão atentas a esse lançamento. Seja para entender o tempo em que vivem, seja só para apreciar mais uma obra bonita de uma artista que tem algo a mostrar.

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São Paulo - A audição do novo álbum de Leslie Feist é lição de casa para cantoras antenadas do mundo inteiro. Canadense, 35 anos, ela teve um grande êxito comercial em 2007, quando soltou seu terceiro disco de estúdio, The Reminder. Seu folk rock saiu do underground graças à utilização da faixa 1234 num comercial do iPod Nano.

Com o hit nas paradas, outras preciosidades do CD (I Feel It All, My Moon My Man) foram sendo descobertas e usadas em séries de TV e filmes. Até Mushaboom, lançada no disco de 2004, voltou a ter boa execução. Nos anos seguintes, foi possível sentir um pouquinho de Feist em quase todas as cantoras que se deram bem no mercado adulto: Florence Welch (do Florence and The Machine), Yaël Naïm, Corinne Bailey Rae (em seu segundo e introspectivo trabalho) etc.

Não que Feist tenha inventado a roda ou seja o farol de uma geração de intérpretes. Mas ela inaugurou uma tendência no pop: a das canções autorais com toques experimentais e letras densas, que ainda assim soam fofas, acessíveis, prontas para sonorizar cenas de amor ou propagandas da Apple. Seu quarto álbum comprova a tese.

Metals é mais angustiado do que o antecessor. A primeira faixa diz que, quando um homem bom e uma mulher boa não conseguem encontrar o que há de bom neles, emerge o pior de cada um (The Bad in Each Other). Já o nome do tema seguinte fala por si só: Graveyard (cemitério). Mas os arranjos, repletos de sopros, violinos e corais, não deixam o ouvinte deprimido.

A cantora dos “virais”

Um dos pontos altos do repertório é A Commotion, que descreve um cenário apocalíptico nas estrofes. Até que pinta o refrão, e um coro de vozes masculinas grita o título da faixa. É tão surpreendente que chega a ser cômico, dando novo sentido ao clima tenso criado anteriormente. Feist completa o refrão sussurrando: “Se isso acaba contigo/ o rancor ainda domina teu coração”.

How Come You Never Go There, primeiro single do CD, traz outra passagem poética, que em breve deverá pipocar no Facebook de quem enfrenta problemas no relacionamento. “O quarto está cheio, mas os corações estão vazios/ como as cartas que você nunca me mandou/ palavras são como um laço/ mas você é uma música instrumental.”

Menos amarga, The Circle Married the Line tem potencial para ser a 1234 do disco. Ao piano, Feist conduz uma belíssima melodia, cantando que tudo que ela quer é uma linha do horizonte. A faixa é sucedida por Bittersweet Melodies, outra que periga ser “viralizada”. Com certeza, as tais cantoras antenadas estarão atentas a esse lançamento. Seja para entender o tempo em que vivem, seja só para apreciar mais uma obra bonita de uma artista que tem algo a mostrar.

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