Casual

Exposição aborda lado social de Miró através de seus cartazes

Mostra em Barcelona apresenta os diversos momentos da carreira do pintor

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de outubro de 2011 às 14h26.

Barcelona - A exposição 'Joan Miró. Carteles de un Tiempo, de un País' relata através de cartazes e desenhos todo o comprometimento social, intelectual e político do artista espanhol com a sociedade de seu tempo.

A mostra poderá ser vista no Museu de História da Catalunha, em Barcelona, até março de 2012. Como detalha o diretor Agustí Alcoberro, esse evento irá complementar a macro exposição da Fundação Miró, que vai destacar um lado mais comprometido das pinturas de Miró. Posteriormente, essa grande exposição viajará até Washington.

A exposição do Museu de História da Catalunha percorre inúmeras fases do artista, começando no ano de 1919 com a pintura que Miró fez para a revista literária 'L'Instant', que não chegou a ser impressa. A mostra acompanha um dos momentos mais vivos do artista, tanto do ponto de vista ético e político quanto do puramente artístico, apresentando a maquete do selo 'Aidez l'Espagne' (1937).

Deste mesmo período se destaca o cartaz 'Femme Et Chien devant la Lune' (1935), que Miró fez para arrecadar fundos para a revista vanguardista 'Síntesi'.

A partir de 1966, com o cartaz em homenagem a Antonio Machado, e de 1968, com a celebração clandestina do 1º de Maio em Barcelona, Miró utiliza de maneira regular esta forma de expressão, que, como lembrou Alcoberro, 'nunca foi considerada um gênero menor'.

A criatividade dos cartazes de Miró teve seu momento mais intenso nos anos 70, coincidindo com o fim da ditadura espanhola e com os primeiros anos depois da morte do general Francisco Franco. Nessa época, os cartazes traziam reivindicações do direito à cultura e outros temas sociais.

Foi exatamente nessa década que Miró fez os cartazes das festas da Mercè de Barcelona (1968), do Congresso Jurídico Catalão (1971), da abertura e inauguração da Fundação Miró em Barcelona (1975-1976), além do conhecido 'Volem l'Estatut' e o do Congresso de Cultura Catalã, ambos de 1977.

O curador da exposição, Xavier Antich, considera que o conjunto de cartazes 'desfaz dois tópicos perigosos: a ideia de que a arte contemporânea vai à margem da sociedade, da política e da cultura, e a suposta ingenuidade e inocência de Miró, desmentidas por seu profundo conhecimento'.

Para Antich, Miró sentia que 'a responsabilidade cívica devia ser inerente ao artista'. Neste sentido, Miró assumiu inúmeras iniciativas de apoio a diversas instituições e organismos internacionais de tipo humanitário.

Essa tendência do artista espanhol pode ser comprovada no desenho dos cartazes da Unesco para a aprovação da Convenção Internacional dos Direitos Humanos, submetida a votação em 1976, e o cartaz para Anistia Internacional, cuja venda foi destinada inteiramente para organização. 

Acompanhe tudo sobre:ArteArtes visuaisExposições

Mais de Casual

Hyrox: a nova competição fitness que está conquistando o mundo

Heineken lança guia que dá match entre bares e clientes

Kobra transforma instituto e ateliê aberto ao público em inspiração para grafiteiros

O dia em que joguei tênis na casa do Ronaldo Fenômeno